terça-feira, 22 de junho de 2010

Registro da aula de 14 de maio de 2010

por Tânia


É dessa vez não teve jeito... depois de muito relutar e sempre sair pela tangente, hoje não tive escapatória... bem que eu tentei! Então aqui estou eu relatando sobre a aula desta sexta feira fria de 14 de maio.
Bom cheguei na sala e já fui logo ver com meu colegas de grupo que estavam mexendo no computador da classe se tudo havia dado certo com o mesmo, pois este era peça fundamental para nossa apresentação. Como não deu nada certo Ane e eu fomos atrás do tiozinho do Saepe (me desculpe tiozinho por não lembrar seu nome!) para nos ajudar.
Com todas as instruções gravadas voltamos para a sala, passei as coordenadas para o David e nessa hora a Bruninha já estava lendo seu registro, foi então que veio a notícia que eu seria a encarregada deste registro. Zé começou a ler o seu e já me colocou na conversa dizendo que dessa vez eu não escaparia do temido registro. Olha... me surpreendi com este rapaz viu, deve ser parente de mineiro, come bem quietinho, mas na hora que teve que abrir a boca não deixou passar nadinha se quer, e no fim ainda fechou com chave de ouro dizendo... “Não fiz por mal”. Bom vingança feita vamos voltar para a aula...
Laura começou a aula explicando que não teríamos que entregar registros hoje, como muitos pensaram, inclusive eu, ao ler a pauta na lousa, onde estavam enumerados: 1- Registro – José e Bruninha; 2- Comida: Omelete de Amoras (Benjamin); 3- Zaccur (discussão); 4- Carta coletiva; 5- Grupo David; e 6- Entrega relatório. Então descobrimos que ela é que entregaria os registros que já havíamos entregue.
Natália se prontificou para ler o conto “Comida: Omelete de Amoras” de Walter Benjamin. Quando terminou.... SILÊNCIO! Acho que todos estavam é pensando em saborear um omelete isso sim!
Karina como sempre com suas ótimas indagações colocou que a leitura deste conto remeteu à ela que cada instante é único, não iria reproduzir nunca o mesmo omelete por conta do contexto vivido naquela situação, pois o sabor da comida depende da ocasião. Bruna levantou a questão do simples, como ele tinha tudo, o simples o fez feliz.
Rachel, com ch viu, colocou a frustação do rei, dizendo:
- Ele não sentiria mais aquele sabor. Então Karina perguntou:
- Frustou mas saciou?
- Não, pois o desejo de reviver aquele momento seria impossível! A fome não era de comida, era desejo de reviver o momento que passou, pois naquele momento era outro contexto. – disse Rachel.
Laurinha então contextualizou, dizendo que cada momento é único por exemplo, quando nos passou sua experiência na escola foi de um modo, mas daqui a dez anos se for contar vai ser de outro, pois será outro contexto, outras pessoas, outra realidade.
Vanessa, a morena tá, fez uma ligação com o texto de Zaccur, colocando o desejo de reviver ligado aos diários, agendas, pois quando lemos sentimos o momento registrado, revivemos o acontecido. Nossos registros das aulas tem muito disso também, com eles podemos voltar ao momento de nossas aulas. Então Vanessa, mas dessa vez a loira... fez uma ponte com o “Etnógrafo” dizendo que o percurso é mais importante que a conquista.
Mas o que tudo isso tem a ver com o texto de Zaccur, indagou Laura, mas ela mesma interrompeu o pensamento para colocar como estava incomodada com a presença da mãe da Rachel por ser um corpo estranho na sala.
Bruna então voltou ao assunto do Omelete e colocou que quem busca os registros quer reviver o que foi relatado, busca reviver os fatos ocorridos, pois sabemos o que está documentado, como revistas, jornais, leis... mas e o que não está documentado? Para conhecermos como a prática ocorre só mesmo recorrendo aos relatos.
Neste momento Vanessa falou da observação, de como o olhar é importante também, pois as vezes não conseguimos exprimir no papel o ocorrido dentro da sala de aula. Pouco damos conta de que os registros e diários são um documento, nós precisamos aprimorar nosso olhar aos detalhes, as falas e comentários. Deve ser feito com o olhar de cada um, pois confere em seu documento, sua história. Mas Vanessa ainda batia o pé dizendo que mesmo com esse olhar e sendo minussiosa em seu registro as vezes é muito difícil detalhar certos momentos.
Então fomos para o terceiro momento da aula, a discussão do texto de Zaccur, a classe fez apontamentos do que acharam interessante como por exemplo, como a professora relatada relacionava o contexto da cidade com o da escola, o relato de ex-aluna e a questão política da época que era muito marcante. Foi levantada a importância da alternância de pessoa em que a professora escrevia, ora em primeira, ora no plural. Nos diários isso ocorre muito pois sempre é relatado intervenções da professora e o trabalho em grupo.
Com isso Laura falou do sujeito encarnado de Najmanovich, e toda sua discussão sobre ciência e positivismo. Este discute que o pesquisador não é neutro, há sujetividade envolvida, por isso é um sujeito encarnado, pois se coloca, tem posição. Ele não é alienado, ele olha a escola de dentro e não de fora.
No texto existe uma fala sobre lapidar o aluno, mas Laura disse não gostar deste termo pois parece que nós professores é que vamos dar forma aos alunos do jeito que nos convém. Então muitos da sala colocaram outros pontos de vista, como o ponto do orientador, em nossa realidade, este é que determina o que devemos ler independente de nossa vontade e escolha por outras fontes. Yuri então colocou que lapidar pode ter conceito de tirar a casca e deixar brilhar, a classe gostou muito deste pensamento dele. Quando achamos que a discussão de Zaccur já havia acabado... Karina vem com outra colocação para descontentação de Paulo.
Encerrado esta discussão, meu grupo lembrou Laura da nossa surpresinha para a classe que já estava quase saindo para o intervalo, então decidimos por não fazê-lo, mas só depois de convencer a classe que teriam um bom motivo.... comida!
A apresentação do meu grupo começou. David iniciou falando da proposta do livro da vida de Freinet. Vanessa compartilhou com a classe o trabalho que fez com sua classe, um livro da vida dos alunos, então Rachel apresentou o nosso livro da vida em forma de blog. Nele estão e estarão todos os registros, fotos, idéias e olhares de nossa classe que cursa a matéria de Didática. Por isso é muito importante a colaboração de todos para que o livro funcione, então por favor, quem ainda não cedeu seus registros e se comprometeu com isso que nos mande para postarmos no blog para que possamos deixá-lo sempre atualizado. E quem ainda não acessou que acesse e comente... precisamos de classe para alimentá-lo.
Laura ficou preocupada com a exposição que esse blog pode nos trazer, mas Bruna argumentou que é uma exposição boa, que é importante isso, pois é um livro do nosso contexto que vai mostrar as técnicas de Freinet. Que precisamos tomar cuidado sim e rever sempre o que postamos para divulgação, pois o blog ultrapassa nossa disciplina e daqui a alguns anos será também um veículo de troca de experiências entre nós. O blog deve ser uma ferramenta de não dessistência do nosso trabalho como educadores.
Então veio o esperado intervalo, ou nosso coquetel como o entitulamos com os deliciosos salgadinhos vindo direto de Conchal. Foi realmente uma delícia, mas a aula precisa prosseguir.
O grupo da Carol Silva, Bruninha, Miriam e Marjorie, não mais presente entre nós, pois aguarda anciosa a chegada da Liz, aprensentou a técnica de Freinet, correspondência, e propos que fizessemos uma carta coletiva para enviarmos para a outra metade da classe que está cursando Sociologia, para explicarmos nossa vivência dentro desta disciplina e também de fazer uma carta individual expondo a visão sobre a mesma.
Um grande debate surgiu na sala com a questão de escrever as cartas individuais com ou sem destinatário e decidimos que esta será sem destinatário para que não haja constrangimento caso alguém ficasse sem carta.
Na carta coletiva ficou decidido através de apontamentos que a classe foi fazendo que será colocado a nossa bibliografia, o que vimos durante a matéria, a troca de cartas individuais, agradecimento da presença deles na nossa festinha, a proposta da correspondência de Freinet, o objetivo desta que é a troca de experiência, introdução sobre o que queremos com a troca das cartas.
Yuri destacou que em toda aula nós produzimos um texto em conjunto e nossa escriba é Laurinha... escrevendo na lousa nossas falas.
Ana Carolina indagou o que seria e como seria um escrita coletiva, pois até então estava decidido pelo grupo que haveria uma pessoa para elaborar a carta a partir dos pontos levantados. Então começamos a redigi-la coletivamente e Carol Silva na lousa e David no papel é que foram os escribas dessa vez. Não terminamos a carta devido o tempo de aula que já estava se esgotando, então ficou combinado que terminaremos na próxima aula.
Ufa! Acho que nunca escrevi tanto assim em uma aula... mas até que não foi tão ruim assim.

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