domingo, 18 de julho de 2010

Dia 02/07/10 – Último registro das Aulas de Laura




É..., uma hora este dia ia chegar, a disciplina, tem início, meio e fim. Este é o último dia de aula, o que nos espera?!
Iniciamos as atividades as 19h30, havia poucos alunos em sala, mas aos poucos foram chegando mais. Já estava combinado que faríamos uma festinha de encerramento e por isso todos chegavam com algum alimento.
A professora inicia pedindo que falemos sobre o texto de Larrosa.
O David dá início, falamos sobre as diversas leituras que podemos fazer de um mesmo texto. Falamos sobre o professor preparar a lição, do quanto são valiosos os presentes. E também comentamos sobre os textos que devem direcionar a produção de perguntas.
Geraldi fala disso, que os professores devem ensinar a fazer perguntas!!
O Iuri mais uma vez dá um show, como estávamos comentando sobre a disciplina de EJA, ele deu sua opinião e disse que a nosso ver o professor parece ter perdido a aposta, parece que não deu certa a idéia dele, pois a grande maioria dos alunos não participou principalmente das aulas de expressão corporal. Mas se falamos tão constantemente desta disciplina, é evidente que ele conseguiu nos provocar, ficamos inquietos e isso não durou apenas um dia, mas está ainda dentro de nós remexendo nossos pensamentos. Por fim, o professor “ganhou”, parece que não, talvez até mesmo em período de aula isso não tenha ficado explícito, mas na aula de hoje ficou claro. Ele conseguiu.
Podemos pensar também, ainda refletindo sobre a disciplina de EJA, até onde os alunos se permitiram envolver com as questões propostas.
A Mirian, diz que a vida é um palco, temos que aprender a lidar com isso. Cada um tem suas próprias verdades, e temos que aprender a lidar com os outros. Temos de dar a palavra aos outros. Temos que nos dar conta de quanto nós não somos importantes. Essa última fala me marcou, fiquei pensando, é muito difícil agir assim. Mas é verdade devemos valorizar o outro de forma a permitir nos abalar.
A Natália nos conta uma experiência que teve em que agiu negativamente. Achei o máximo, não pela história em si, mas por ver que ela se abriu, contou algo que não era necessário, mas enriqueceu nossa aula! Ela correu o risco de ouvir críticas, poxa que coragem! Parabéns!
E vem uma perguntinha difícil da professora, “E nós, enquanto professores, como faremos para desestabilizar uma criança?”
A Vanessa (Loira, desculpe-me, mas não sei o sobrenome.) fala que com os seus alunos o que desestabiliza é perguntar algo diretamente à criança. Nós também nos desestabilizamos com as perguntas.
Dar voz a criança, tratá-la como individual, pensar nela enquanto igual. Isso é bem interessante.
O professor é a única figura que pode dizer que estamos errados. Temos medo de sermos avaliados constantemente. Contudo avaliamos e somos avaliados a todo o momento.
A Ana diz que tem muito medo do que os outros pensam... E isso influência as atitudes dela. A Miriam diz que no máximo o que os outros dizem é importante para eles, eu concordo plenamente!
O engraçado hoje foi que a Ana, de tanto falar que tem medo, hoje se soltou bastante e contribuiu muito pra nossa discussão.
A Anne fala de uma experiência traumatizante e sobre o seu medo de errar também, e sem saber traumatizar outros alunos. Para ela, e pra mim também embora estejamos falando muito da prática pedagógica em sala de aula, sempre há o receio da realidade da sala de aula.
Nesta disciplina, segundo a Ana, por estarmos em menor número, sentimos mais liberdade em falar, criamos confiança nos colegas. Eu acho que o que também contribuiu foi à posição da Laura, ela se colocou no “não-lugar”, buscou táticas junto conosco, numa relação igual.
A Ana também coloca que foi muito positivo o envolvimento com o processo de escrita, discutimos o assunto e o colocamos em prática, fez sentido!
A Natália diz que esse processo de escrever colaborou muito para a escrita do TCC. Ela evoluiu neste sentido.
A Laura sugeriu uma avaliação da disciplina, oralmente fomos conversando.
Para a Anne os trabalhos com Freinet foram muito bons.
Para a Tânia foi bom entrar em contato com os textos de outras professoras.
A Miriam coloca várias coisas e diz que a experiência com a disciplina nos ajuda em nossas práticas.
A Carol diz que os textos estavam ligados, foi tudo muito coerente.
Eu, eu gostei muito de vivenciar o empoderamento, de ler esta teoria e vivê-la na prática.
A Bruna G. coloca a evolução da fala do Iuri. E é aqui que a emoção toma conta. Os olhos transbordam nossos sentimentos de desculpa e admiração.
Eu também outro dia pensei muito sobre o assunto. Neste ano passei a ver o quanto o Iuri é inteligente, e o quanto ele tem a contribuir com sua experiência, é triste que tenha sido assim, que ele tenha passado despercebido até então.
Sabe gente, a conclusão que eu chego é que ele é muito forte. Venceu todo esse tempo de faculdade e não precisou para isso de elogios. Ele seguiu independente do que os outros pensavam dele. Ele venceu! Impressionante não? Parabéns Iuri, pela sua força, pela sua persistência!
E ainda emocionados ouvimos o Iuri falar, ele diz que é muito importante deixarmos de sermos competitivos. Poxa que lição de vida!
A Mariana fala que gostou de ver a Laura agindo no individual. Segundo ela a Laura chamou a atenção no individual. Quando houve cochichos, ela perguntou depois da aula se estava tudo bem, se havia algo errado. Eu nem sabia deste acontecimento, realmente é admirável uma atitude docente desta forma. Bom saber!
O Paulo expressou-se muito emocionado, diz que mudou muito neste período de faculdade. E mudou mesmo! O Paulo avançou muito, fico super feliz de vê-lo assim, emocionado.
Mas e então, e a Laura, o que diz de tudo isso?! Ela fala que está feliz, diz que na nossa turma o que marcou foi mesmo a escrita. Ela deseja que sejamos professores desestabilizadores. Pede que não desistamos e fala que é muito difícil ir até o final com algo que você acredita.
A Laura disse que caso alguém queira escrever sobre o que os filmes provocam poderíamos enviar pra ela neste mês.
Depois disto, fizemos por escrito uma auto-avaliação e, FESTINHA!
Como encerrar um registro tão especial?!...
Foram ótimos momentos de reflexão, conversas, filmes, contos, mas jamais seria a mesma coisa se algum de nós não estivesse ali. Todos deram suas contribuições, seus sorrisos, suas lágrimas. Cada um de nós tem parte essencial nesta experiência maravilhosa!
Faço das palavras da Laura as minhas, e desejo do fundo do coração que este grupo permaneça “GRUPO”, que ele não vire individual. Que usemos os meios necessários, mas que não nos distanciemos, porque o corpo precisa de todos os membros!
E com saudades encerro este registro!


Karina F.


07/07/10

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Registro da aula de 18 de junho de 2010



Foto para o convite de formatura


Registro da aula de 18 de junho de 2010
por David L. Ferreira


Quando cheguei à sala de aula hoje à noite, já estavam presentes a Profa. Laura e alguns colegas. Cheguei atrasado, logo não arrumei as carteiras em grupos de trabalho como fiz anteriormente, pois eu estava atrasado, cansado e com dor de ouvido. Passei o restante da aula amuado. Hoje a aula não rendeu como se era esperado, pois foi o dia em que minha classe tirou as fotos para o convite da nossa formatura.


A aula teve inicio com a leitura do registro de Ana Caroline (registro do dia quando foi exibido o filme Stella), em seguida a Carol S. leu seu registro da aula do dia 11 de junho. Em seguida a professora Laura iniciou a aula perguntando como estava o BLOG do Freinet, se os colegas estavam enviando os registros e se estávamos atualizando o mesmo, também perguntou se o grupo da Miriam recebeu respostas das cartas escritas, sobre o documento da Assembléia realizada pelo grupo da Natália e perguntou sobre a colcha de retalhos tecida pelo grupo do Paulo com mensagens de todos nós. O Paulo mostrou como ficou e leu o relato de seu retalho na colcha, falando de sua infância e da lembrança de sua querida avó.


Em seguida, a professora Laura tentou iniciar a discussão dos dois textos de Colussi, indicados para hoje, porém uma parte da sala não havia lido um deles, logo ela dividiu a sala em cantos de leitura, para que pudéssemos discuti-los após o intervalo. A professora Laura combinou com a classe para entregarmos o relatório final, tecido com os fios didáticos de nossa disciplina, baseado em nos textos lidos e em nossos relatos de experiências (conhecimento de mundo), que deverão ser entregues a ela no Departamento de Educação na segunda-feira, dia 28 de junho.


Porém, na hora do intervalo, às 21hs, fomos para uma sala de aula do bloco didático de laboratórios do IB, para a nossa sessão de fotos. Quando chegamos lá, os alunos do curso de Ciência da Computação, ainda estavam tirando as fotos. Um dos membros da equipe distribuiu senhas entre nós e uma ficha cadastral para preenchermos. Ao passo que íamos sendo chamados, eles tiravam fotos individuais duas vezes e depois quando todos já haviam sidos fotografados, tiramos a foto coletiva, umas três vezes. Após a sessão de fotos, fomos para a cantina comer e retornamos para a sala de aula.


Retornamos às 22h10min para a sala de aula, a Profa. Laura estava agitada, pois seu planejamento de aula não seria cumprido. Ouvimos seu desabafo e discutimos o que seria feito então, devido ao adiantado da hora. Combinamos de discutirmos os textos no dia 02 de julho, nosso último dia de aula, dar o retorno sobre nossos projetos dos seminários apresentados neste dia, quando faremos uma confraternização com comes e bebes a moda caipira das festas juninas ou seria já uma festa julina? Julina é claro, pois estaremos já no mês de julho. A lista de guloseimas será trocada por e-mail. A aula terminou por volta das 22h50.

Registro da aula de 25 de junho de 2010 (Não tivemos aula a pedido da classe, por isso nosso último dia de aula será no dia 02 de julho de 2010)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Registro da aula dia 11/06/2010




Por Caroline S.


Tantos dias para escrever o registro e eu fiquei bem com o último, nesta sexta-feira tubulosa, onde Laura chegou atrasada e logo em seguida já se desesperou por não encontrar sua bolsa. De início achou que estávamos brincando, mas não, era verdade, a bolsa realmente havia sumido. Procuramos em alguns cantos e nada, até que ela resolveu ir ao carro ver se a bolsa não havia sido esquecida lá. Adivinhem? Lá estava ela! Acho que Laura estava um pouco afobada este dia, será porque a Argentina ia jogar no dia seguinte?
Bom, ao chegar, o David me convidou para sentar-me no grupo que estava logo na frente da porta, havia uma plaquinha: “Livre expressão”, vários lápis, canetas coloridas, barbantes, colas. Outros dois grupos estavam distribuídos pela sala: “Caleidoscópio” e “Canto da leitura”. Após observar a sala compreendi que seria mais uma prática da proposta de Freinet: o pedagogo estudado durante algumas aulas de Didática.
Conforme os alunos iam chegando foram se acomodando em algum grupo. Iniciamos as atividades: no grupo em que eu estava, fizemos um desenho livre, mas de maneira muito diferente para nós, vendamos os olhos para desenhar. No princípio fomos um pouco resistentes, pois achávamos impossível concluir a atividade proposta, mas ao tirarmos as vendas, percebemos que os desenhos não foram tão maus assim, pois esta sim era nossa preocupação: a perfeição do desenho. Será que para os deficientes visuais a perfeição é o princípio de tudo?
Através da visão, o ser humano pode identificar e distinguir objetos, cores, formas, tamanhos e distâncias. Esse é um sentido de grande valor, facilitando o relacionamento do homem com o meio em que ele vive; exatamente por isso, na maioria das vezes, os cegos têm as suas relações pessoais comprometidas através da exclusão social, pois fogem do padrão de normalidade estabelecido.
Quando passamos por alguma experiência, seja ela qual for, com os olhos vendados, nos colocamos no lugar dos deficientes visuais, e compreendemos quão grande é a importância de oferecermos a eles atividades que o façam sentir-se incluídos. O professor, na sala de aula deve proporcionar às pessoas portadoras de necessidade visuais uma melhor qualidade de vida, socialização, bem-estar, treinamento dos sentidos, conhecimento do esquema corporal, além de outros estímulos e vivências através de atividades que podem ser trabalhadas tanto com crianças com deficiências visuais ou não.
Quando concluímos a atividade de livre expressão, fomos ao Canto da leitura, onde lemos um conto de Mia Couto.
Chegou a tão esperada hora de ir ao “Caleidoscópio”. Esperada hora, pois comentamos tanto sobre ele que achei que não o faríamos este semestre. Confeccionamos junto com o Paulo, nosso instrutor. Neste grupo a cooperação entre todos foi positiva, necessária para grudarmos uma fita adesiva, segurar um canto do espelho, enfim, cooperação esta que pude perceber em todas as aulas de Didática.
Após todos da sala percorrer as oficinas, fizemos um fechamento com a leitura do livro “Colcha de retalhos”, com bolos trazidos pelo David e em seguida uma avaliação da atividade proposta. Não uma avaliação tradicional como conheceu, mas diferente: cada um pegou uma folha de papel colorida e escreveu com uma frase, uma palavra, um desenho o que sentiu com a atividade e o que esta trouxe de contribuição.
O resultado veremos hoje (18/06)!!!
Como último registro das aulas realizadas neste semestre, da disciplina de Didática, quer deixar aqui explanado que para mim, estas aulas foram muito prazerosas e contribuirão muito para a formação de cada um, seja ela na área que for, pois nos trouxe aprofundamentos que vão além da sala de aula.

Aula com sabor de bolo de passas e nozes




Por Camila C.N.C.

Chegou a minha vez de fazer o registro...


Como era o dia da apresentação do meu grupo sobre Freinet cheguei antes do inicio da aula, tão cedo que tinham poucas pessoas na sala de aula nem Laura estava, então aproveitei para ir à biblioteca como sempre parei conversar e quando retornei a sala de aula já estava cheia e a aula já estava começando.
As carteiras estavam organizadas em grupinhos provavelmente a organização foi feita pelo David. Na lousa estava à pauta da aula que indicava a degustação de um bolo, término da carta coletiva proposta por um dos grupos na aula anterior, apresentação do meu grupo, texto Alves e Garcia, leitura dos registros por Paulo e Taninha, e como responsáveis pelo registro da aula estava o meu nome e de Anelise.
Falei para a professora Laura que eu não gostaria de fazer o registro, pois era o dia da apresentação do meu grupo da atividade criada por Freinet, mas voltei a trás e disse que faria então aqui estou a fazê-lo.
No outro lado da lousa estava escrita a parte da carta coletiva que elaboramos na semana anterior para continuar a atividade.
A aula teve inicio com a leitura do registro por Paulo e Tânia, o mesmo mostrou que ambos prestaram muita atenção na aula, trouxeram riqueza de detalhes em seus relatos recuperando nossas falas da aula anterior.
Professora Laura comentou sobre a importância de trazer reflexões nos registros e também a questão de não ser necessária a reprodução de todas as falas dos colegas.
Lembro que antes os registros eram bem diferentes os primeiros realmente traziam uma reflexão sobre o conteúdo de forma mais generalizada e menos detalhada.
Porém sendo o registro uma atividade individual acho que é direito de cada um fazê-lo da forma que achar mais conveniente com ou sem detalhes das falas dos colegas, ou tratando apenas do ponto principal, trazer reflexões, idéias e etc.
Isso me faz pensar também sobre o sentido que tem o nosso registro para a professora Laura o que ela valoriza nele, teria a função de expressar o que pensamos, nossas reflexões idéias, ou registrar os acontecidos na aula durante essa disciplina ou exercitar a prática do registro.
Gostaria de saber qual o motivo de ler o registro em voz alta, pois no dia de ler o registro às pessoas o fazem de forma diferente ficam nervosas, preocupadas. Isso pode ser bom ou ruim é claro, acho que eu também estou me empenhando mais na formulação desse registro do que me empenhei nos demais.
Como quase tudo na vida tem um lado bom, elaborar um registro e dividi-lo com os colegas de classe é legal, pois assim posso dividir com eles pensamentos e idéias contando o que penso.
Depois continuamos a elaboração da carta coletiva, já tínhamos escrito o agradecimento pela participação dos colegas na festinha feita para Laura e Marjorie. Agora era necessário relatar algo sobre a disciplina, essa parte foi mais difícil acho que escrever uma carta coletiva é um grande desafio pois há uma grande dificuldade para entrar em um consenso e expressar as idéias de todos.
Foi comentado na outra aula, que toda aula fazemos um registro coletivo só que ele é apenas um registro de tudo que falamos na aula não é escrito de maneira formal para que outras pessoas leiam e entendam como é o objetivo da carta por isso a dificuldade na elaboração da carta.
Escrever a carta coletiva exige jogo de cintura, no momento que tentamos relatar a importância da disciplina ficou bem difícil, é muito particular é a opinião de cada um.
Escrevemos brevemente sobre a importância da mesma nesse momento foi necessário abrir mão de algumas opiniões, pois se cada um quisesse colocar a sua não ia dar certo.
Ficamos um bom tempo tentando registrar na carta o pensamento do Yuri sobre os vários fios que são as idéias, pensamentos e reflexões que são unidos pela professora Laura e dão origem a uma nova trama. Isso é o que fazemos em todas as disciplinas onde os professores abrem espaço para debate colocamos nossas opiniões e reflexões na roda para juntos caminhar.
Cleri que cursa a outra disciplina veio nos avisar que eles estavam indo embora sendo assim a entrega da carta coletiva foi adiada para a próxima semana, ela comentou que o professor marcou apenas a data da prova e os dispensou.
Laura então pediu para que anotassem no canto da lousa para ela lembrar de falar sobre a prova que teríamos, a idéia não foi bem aceita pela classe então depois a idéia passou de prova a um grande registro retomando e refletindo sobre todo o semestre dentro dessa disciplina.
A professora falou que a prova seria uma reflexão final que poderíamos usar os textos como apoio, agora surge outro probleminha uns querem fazer na classe outros em casa, Iuri falou da questão de tecer o texto segundo ele este deve ser feito com agulha dizendo que não deveria ser digitado.
Acho que não devemos nos preocupar com detalhes como o local e o modo que vai ser escrito o trabalho, pois o percurso até chegar ao trabalho final é importante sim. Mas este percurso foi todo o semestre e cada discussão que tivemos em sala de aula, cada hora que separamos dos nossos dias para ler um texto escrever um registro e etc.
Então ficou decidido que essa atividade será feita em casa e deverá ser entregue no dia 25 de junho, os registros das aulas devem ser feitos até dia 11 e devemos entregá-los dia 18.
Chega a hora do intervalo tinha um bolinho muito apetitoso. Após o intervalo meu grupo trouxe a proposta de fazer junto a classe um jornal de parede ou jornal mural com o tema curso de pedagogia para alunos do 4º ano os colegas deveriam escrever três papéis um “eu felicito”, “eu critico”, “eu proponho”.
Fizemos umas adaptações para que a atividade acontecesse, pois no jornal proposto por Freinet não era obrigatório a escrita para os três envelopes e também o tempo era mais longo antes da abertura dos envelopes, mas devido a escassez de tempo aconteceu dessa forma.
A partir dos escritos de cada um tivemos uma conversa não foi apenas a exposição de idéias pudemos comentar sobre elas.
O mais criticado foi o PI, não faltaram sugestões para a mudança do mesmo, elogios e críticas para alguns professores entre outros.
A professora Laura sugeriu a pedido da professora Maria Rosa que as opiniões fossem levadas ao departamento acho interessante, porém, vejo alguns problemas como, por exemplo, a ausência da metade da turma e nós falando em nome de todos de certa forma.
Assim encerro meu registro, e acredito que foi de grande valia a elaboração do mesmo ao final deu uma sensação de missão cumprida. Sabe?!

Além das paredes da sala de aula universitária unespiana


A partir de uma discussão em sala de aula na disciplina de EJA(Educação de Jovens e Adultos) ministrada pelo Prof. Dr. Romualdo Dias, elencamos palavras que nos provocaram na discussão e teci este texto:
Diálogo Pedagógico: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto" (Leonardo Boff)


Ah! Meu caro Leonardo Boff, se me permite a usurpação, seria mesmo “Todo ponto de vista...” a expressão de um olhar trocado ao acaso entre minha ótica restrita ou mesmo de uma paisagem caleidoscópica?


Existe a verdade que é inventada muitas vezes pelas mídias de veiculação de massa em contrapartida de fatos incontestáveis, nesse universo (até mesmo no universitário) dos movimentos de sentidos alterados que controlam o pavio do barril de pólvora concentrado no corpo do ser humano, mantendo-o apagado (por precaução é claro!), cuja opinião a respeito do funcionamento da vida coletiva e privada distorce fatos reais em uma imagem condensada em mentiras criativas.


A sociedade se constitui por partes de um “todo” ou seria o “todo” fragmentado em partes singulares por diferenças coloridas, cuja criatividade particular encaminha suas células para vivenciarem experiências verdadeiramente relativas?


“Alegria... como um raio de vida... Alegria, Como um louco a gritar... Alegria... De um deleitoso grito, De uma triste pena, serena... Como uma raiva de amar... Alegria... Como uma explosão de júbilo... Alegria”. Alegria – Cirque Du Soleil.


E se nem tudo for como você quer ou vê? O que é que você vai fazer? Tu vais planejar conquistar o mundo e ditar Alegria a todas as pessoas de seu trono do poder (só se for ao sanitário) ou vai enxergar a realidade nua e crua em seus 360º graus cuja semelhança aparentemente lunática não corresponderá em um milésimo da essência de seu Ser (como expressar e compartilhar do seu melhor com o próximo?), em uma luta contra aqueles que acreditam fielmente que sua palavra ideológica “... é a vista de um ponto”, de um ponto final pontuado somente por eles.


David & Pedagogos do 4º ano de Pedagogia/UNESP/2010

FREINET: Carta coletiva para os colegas da outra disciplina


Rio Claro, 14 de maio de 2010


Queridos amigos,


Gostaríamos de agradecer a presença do grupo em nossa festa de despedida para a licença maternidade de nossa amiga Marjorie e também pela comemoração do aniversário de nossa professora Laurinha.
Foi importante a presença de todos vocês! Foi necessário que nos dividíssemos para que houvesse uma união, visto que, somos um só grupo e sentimos a necessidade de compartilhar com vocês nossos estudos e reflexões acerca de Célestin Freinet, dentre outros autores.
A partir das leituras de Freinet, surgiu a idéia da correspondência entre as salas, por onde poderemos compartilhar idéias, vivências, experiências acerca da disciplina Didática.
Nosso desejo é que todos estivessem cursando esta disciplina conosco, devido à oportunidade que ela tem nos proporcionado para refletir sobre: o sentido da escrita, afetividade, a relação professor X aluno, a relação com o poder, repensar sobre nossas práticas enquanto professores e produtores de conhecimentos, inclusive os que não são registrados e legitimados.
As leituras que fazemos em grupo e individualmente expressam nossos pensamentos como se estes fossem fios entrelaçados, que quando postos na lousa pela professora durante a discussão, produz uma nova trama representativa do pensamento coletivo.
Aguardamos a contribuição de vocês para ampliarmos essa trama de pensamentos acerca de nossas vivências.
“... quanto nós estamos fracos por não trabalhar coletivamente.” (FERNANDES, K. ,2010)
Atenciosamente,

Pedagogos da disciplina de Didática e Práticas Culturais
28 de maio de 2010 / Registro da vez – por Iuri F.P.A.

Assistimos Stela. Filme que serviria de bandeira para representar o assunto que teríamos em sala de aula.
O primeiro assunto a tratar é a obrigação que acredito que o professor deva ter em proporcionar que seus alunos façam escolhas. É justamente pelo fato de não conhecer verdadeiramente quem são esses alunos, que o professor comete erros como quando espelha sua própria vivencia nos seus alunos e não leva em conta que eles não tiveram oportunidades tão básicas que não são levadas em conta, que muitas vezes aparecem com banais, como por exemplo, uma visita ao cinema, ou a um circo. É nesse momento que o olhar político do professor deve prevalecer, esse olhar político é o olhar abrangente, que focaliza a aula como um tijolo da vida e não como a casa do conhecimento.
Palmas para nossas colegas que já são professoras, e que identificaram na escola de sua vida, nos alunos de sua vivencia todo o descaso e a falta de atenção que eles recebem todos os dias. Podemos olhar para eles, e podemos também não olhar, essa escolha cabe ao professor.
É importante lembrar que o mundo é um só, não é diferente um menino que passa fome na África daquele outro que também passa fome na nossa frente. Olhando para a televisão veremos o primeiro exemplo, e muitas vezes nos colocamos como superiores, pois não isso não faz parte da nossa realidade, que aquela gente precisa de doações. O segundo exemplo trazido, nós podemos enxergar facilmente olhando pra frente, como fizeram nossas colegas professoras. A diferença entre passar fome na África ou na nossa frente está na diferença do olhar, um olhar de pena ao deparam com a magreza característica da criança da Etiópia, e outro de incomodo quando aquela criança preguiçosa dorme na sua sala de aula ou fica vadiando pelas ruas atrás de um pão, ou pela falta de oportunidade de fazer outra coisa.
O texto “Novos olhares, Novas Práticas” aborda que o professor tem nas mãos, a opção de oferecer novos mundos para crianças que não terão a chance de conhecer em outro lugar que não seja a escola. A escola passa a ser um caminho (único na maioria das vezes) que possa levar a criança a ter uma vida digna.
Esse dia foi elementar para poder abrir nossos olhos, no alertar que tudo o que estudamos só tem valor quando é colocado em prática. Isso é fazer a diferença, porque faz toda a diferença na nossa sociedade.
Finalizo esse registro com uma frase do sábio barbudo que já virou slogan, más que pela profundidade que possui podemos recuperá-la facilmente da finalidade que tal frase ganhou (quando as atitudes não acompanham o discurso): “Todo ato educacional também é político”.

FREINET: Carta individual


Prezado (a) colega pedagogo (a), Como você está?

Como aluno da Profa. Dra. Noemi Laura Chaluh na disciplina Práticas Culturais e Práticas Pedagógicas, fiquei muito satisfeito por tomar conhecimento sobre o pedagogo francês Célestin Freinet, que nasceu em 1896 em Gars, povoado na região da Provence, sul da França. Ele foi pastor de rebanhos antes de começar a cursar o magistério. Lutou na Primeira Guerra Mundial em 1914, quando os gases tóxicos do campo de batalha afetaram seus pulmões para o resto da vida. Em 1920, começou a lecionar na aldeia de Bar-sur-Loup, onde pôs em prática alguns de seus principais experimentos, como a aula-passeio e o livro da vida. Em 1925, filiou-se ao Partido Comunista Francês. Dois anos depois, fundou a Cooperativa do Ensino Leigo, para desenvolvimento e intercâmbio de novos instrumentos pedagógicos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o educador foi preso e adoeceu num campo de concentração alemão. Libertado depois de um ano, aderiu à resistência francesa ao nazismo. Recobrada a paz, Freinet reorganizou a escola e a cooperativa em Vence. Em 1956, liderou a vitoriosa campanha 25 Alunos por Classe. No ano seguinte, os seguidores de Freinet fundaram a Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (Fimem), que hoje reúne educadores de cerca de 40 países. Freinet morreu em 1966.
Na teoria do educador francês, o trabalho e a cooperação vêm em primeiro plano, a ponto de ele defender, em contraste com outros pedagogos, incluindo os da Escola Nova, que não é o jogo que é natural da criança, mas sim o trabalho. Seu objetivo declarado é criar uma escola do povo.
Ao lado da pedagogia do trabalho e da pedagogia do êxito, Freinet propôs, finalmente, uma pedagogia do bom senso, pela qual a aprendizagem resulta de uma relação dialética entre ação e pensamento, ou teoria e prática. O professor se pauta por uma atitude orientada tanto pela psicologia quanto pela pedagogia assim, o histórico pessoal do aluno interage com os conhecimentos novos e essa relação constrói seu futuro na sociedade.
A pedagogia de Freinet se fundamenta em quatro eixos: a cooperação (para construir o conhecimento comunitariamente), a comunicação (para formalizá-lo, transmiti-lo e divulgá-lo), a documentação, com o chamado livro da vida (para registro diário dos fatos históricos), e a afetividade (como vínculo entre as pessoas e delas com o conhecimento).
Espero que você tenha curiosidade em conhecer mais a fundo sobre a pedagogia Freinet, caso não a conheça ainda e possa desta forma por em prática no decorrer de sua vida docente.



Att,
David L. Ferreira
UNESP: 4º ano de Pedagogia / Campus de Rio Claro-SP.


Frases de Célestin Freinet: “A democracia de amanhã se prepara na democracia da escola”. “Se não encontrarmos respostas adequadas a todas as questões sobre educação, continuaremos a forjar almas de escravos em nossos filhos”.

Relatório de aula 21/05/2010


por Anelisa L.


Cheguei na aula umas 19:20 horas e Paulo já estava fazendo a leitura de seu relatório, foi então que me mostraram que meu nome estava na lousa e que seria o meu dia de fazer o relatório da aula, fiquei um pouco assustada pois para mim o meu dia seria na outra semana. Senti-me um pouco obrigada a fazer este relatório e também nervosa não sabendo o que escrever.
Me sentei no canto da sala para tentar olhar para todos e tentar captar algo interessante e comecei a escrever o que me vinha a cabeça e me utilizando das falas de meus colegas de classe.
Após o registro de Paulo, Tânia começa a ler o dela, mesmo rouca diz que ela própria quer fazer a leitura e pude sentir na carinha dela um ar de vingança como quem diz “agora é a minha vez”.
A aula prossegue e senti um certo alívio quando a professora disse que nos relatos não precisaria que tivesse a fala de todos, assim não acabo me confundindo, nem fico preocupada com o que deixei passar despercebido, pois sinto que isso vai acontecer e muito.
O grupo das meninas Bruna, Caroline, Marjorie e Miriam continuam a exposição de sua atividade e com a escrita da carta coletiva.
Durante a atividade fomos interrompidos por nossa colega da outra disciplina que nos trouxe a má notícia de que as pessoas da sala dela estariam indo embora e que não daria para entregarmos as nossas cartas, então ficaria para a próxima sexta. Durante essa visita a colega Cleri citou que o professor de sociologia teria ido a aula para marcar a data da prova e dos trabalhos deles, e nossa professora Laura talvez tenha se empolgado com a idéia e foi até a lousa dizendo que também faríamos uma prova, foi a pior notícia que ela poderia ter nos dado, o que causou uma leve “revolta” de todos na sala, a Tânia disse que a professora teria ficado com ciúmes do outro professor. Mas, diante de tal discussão a professora mudou um pouco e disse que não seria bem uma prova, mas sim uma reflexão sobre a disciplina. Pensei que talvez não teria pior prova que ter que fazer este relatório, então esperemos para ver como será esta tal reflexão.
O fim da carta coletiva causou dúvidas e todos tentavam colocar meio que um pensamento para fechar com a atividade. Estava difícil de entrar em um acordo de como escrever de melhor forma esta reflexão. A Bruna escrevia, apagava, riscava e escrevia novamente, até que enfim parece que todos concordamos que para realçar a carta colocaríamos uma frase dita por nossa colega Karina em uma das aulas e esta frase se tornou um lema para todos nós da sala. É Karina vai ficar famosa heim, que xique!
A professora retorna a questão da prova que ela camuflou de reflexão para nos acalmar, disse que devemos tecer com agulhas nossos retalhos, mas com um pequeno erro da professora se tornou argulhas, tudo bem vai professora agente entendeu!
Começou então a discussão de onde faríamos o trabalho de reflexão e Iuri disse que deveríamos fazer um julgamento se seria em casa ou em sala, e ele diz que se é com agulhas temos que ter em mãos como um tecelão. Camila diz que não importa os meios a serem usados, mas sim os fins, o que terá no final. As falas não foram exatamente estas, mas é mais ou menos isso. Alguém então diz que quem quer faz em casa, ou faz na aula, a professora não gostou muito da idéia e acabamos por não decidir como será feito.
Depois de pronta a carta foi por livre e espontânea pressão passada para David que foi o escolhido para transcrever a carta que vamos entregar para outra turma.
Falando novamente sobre a reflexão, a professora diz que será uma produção dos nossos conhecimentos. Karina diz que como não foi decidido poderíamos fazer um esboço em casa e concluirmos na aula, mas Natália não gostou muito da idéia, diz que com o barulho da sala não conseguiria fazer um trabalho muito bom.
A professora para terminar com as discussões fala que então faremos em casa e pede desculpas ao Paulo, pois terá que passar mais uma noite de sábado fazendo suas reflexões.
A idéia é colocar nessas reflexões tudo o que vimos durante as aulas, o que mexeu mais com agente e o que causou em nós as aulas e as discussões, como disse a Bruna que nós começamos de um jeito e terminaremos de outro, olhando com outros olhos.
A professora diz que quer que usemos das aulas e dos textos trabalhados para tecermos nossos retalhos.
Definimos então datas de entregas de registros e do trabalho e vamos para o intervalo.
Voltando do intervalo as meninas Ana Carolina, Camila, Mariana, Natália e Vanessa (morena) como disse a Tânia em seu relatório começam com a exposição de suas atividades, elas propõem a atividade do jornal de parede ou jornal mural.
Durante a explicação de como será a atividade Natália conta que deu a proposta para trabalhar a atividade no projeto que ela participa e que foi muito bem aceito, então começaram a aplicar com as crianças do projeto. Muito importante esta proposta, pois o que aprendemos aqui em sala pode e deve ser passado adiante e aplicado com nossos alunos.
A atividade foi passada para que colocássemos em três pedaços de papéis o que nós criticamos, propomos e felicitamos sobre tudo o que vimos e passamos durante esses quase quatro anos de curso.
No eu critico apareceram muitas críticas sobre o PI que para mim não foi surpresa, pois por termos sido os cobaias tivemos muitas dificuldades com a má articulação do Projeto Integrador que de integrador não teve nada.
Nas propostas apareceu o PI novamente com a idéia de melhora e muitas outras coisas muito legais.
Já no felicito foram citados os professores e algumas disciplinas, dentre outras coisas.
Abriu-se então o tempo para as discussões já que as meninas proporão o formato de uma assembléia. As discussões foram muitas principalmente sobre o PI, a professora parece gostar muito e vai fazendo algumas anotações.
O grupo e a professora pediram a autorização de todos para fazer do que foi escrito um documento como uma ata já que elas fizeram a exposição como uma assembléia, o que foi escrito vai ser digitalizado, relido, terá alterações possíveis e todos assinarão, a classe concorda com o grupo.
Assim termino meu relatório dizendo que me surpreendi, pois achei que não conseguiria escrever nada,peço desculpas se troquei algumas falas e espero que todos tenham gostado, me perdi bastante, mas acho que está de bom tamanho. Obrigada e beijos a todos.



14/05/2010

Por Paulo H.F.F.


Cheguei e todos já estavam a postos.
Bruna Karen estava lendo seu registro da aula passada.
Bruna comenta que é difícil trazer o relato de todos e Laura concorda.
José inicia seu relato.
José comenta que Tânia tentará escapar dessa obrigação de elaborar o relato pela quarta ou quinta vez e todos achamos graça, pois o José é muito quieto e tímido e poucas vezes ouvimos sua voz na sala, porém é muito observador e sagaz e até mostra sua veia satírica quando é oportuno.
Outra vez achamos graça, pois José comenta a imposição de Laura para que todos falássemos, expondo nosso entendimento e opinião sobre o texto lido e as interpretações realizadas durante a aula.
Fui citado três vezes. Participei, hem !!!
Houve palmas. Não me lembro do motivo. Acho que me distraí e não captei a cena.
Bruna exige que o José retifique a parte de seu relato na qual ela me chama de irracional. Na verdade ela me chamou de racional para enfatizar a minha primeira formação acadêmica como engenheiro, que me leva muitas vezes a discordar ou ao menos causar grande confusão com minhas opiniões mais pragmáticas.
Veremos o filme “Comida: Omelete de Amoras”. Vamos ver mais filmes nas próximas aulas já que isso foi o combinado e a professora Laura foi cobrada nesse sentido por um dos alunos nos registros.
Natália lê o texto de mesmo nome. José me entrega o texto O ceguinho Estrelinha de Mia Couto.
Karina Fernandes faz seus comentários sobre o texto e duas perguntas:
- Porque o rei era triste?
- Depois da resposta do cozinheiro ele ficou feliz e por isso presenteou o cozinheiro?
Ana Carolina comenta que quando se está com fome qualquer comida é gostosa.
Bruna Karen comenta que o esforço pessoal é que dá o sabor e o valor das coisas.
Bruna Bernardes comenta que o cozinheiro era mais inteligente que o rei e eu rebato dizendo que ele era mais sábio que o rei (só entre nós).
Raquel comenta que o desejo de reviver era impossível, pois o tempo não pára e o contexto muda. (O pai do rei estava presente naquela situação que o rei queria reviver, comenta Bruninha).
Miriam lembra da infância, aí eu me lembrei dos Fios de Ovos que eu comia numa doceria próxima da minha casa em São Paulo no bairro de Santana, sempre que minha mãe passava por lá (eram poucas às vezes, mas a situação era sempre muito boa) e eu nunca mais comi Fios de Ovos com aquele sabor.
Laura recomenda ler Walter Benjamin para entendermos esse conto.
Tânia faz um comentário que não ouço.
Vanessa comenta que a questão do registro é importante, pois permite reviver de alguma maneira os fatos que são relevantes para nós.
Miriam comenta a importância da sabedoria do cozinheiro em apresentar ao rei a própria trajetória para que ele perceba que devemos viver o aqui e agora.
Começamos a fazer as ligações com o texto da Zaccur que apresenta um relato sobre uma professora dos anos trinta que utilizava o registro de suas aulas com forma de aprimoramento profissional.
Laura comenta que está incomodada com a presença da mãe da Raquel na sala de aula. Laura não a conhecia. Nesse dia a van que costuma trazer a Raquel para Rio Claro não veio, e como era o dia da apresentação do grupo dela e eles trouxeram salgados e refrigerantes para o lançamento do blog que registrará a nossa vivencia com essa disciplina a mãe da Raquel a trouxe. Até aquele momento eu não havia percebido esse mal estar da Laura, pois supus que a Raquel havia feito algum comentário com a Laura a esse respeito quando ela chegou próximo ao inicio da aula e falou alguma coisa em particular com a professora. Criou-se uma saia justa que logo foi contornada com a mãe da Raquel se apresentando.
Bruna Bernardes faz seus comentários de maneira apreensiva, pois os registradores são sagazes.
Traz a relação da vida documentada e não documentada na escola. A idéia na sua fala é o aprofundamento do olhar.
Já estou tão aturdido, cansado e com dor de cabeça que um pensamento me assalta: “Não vou dar conta!!” (To devendo, não nego. Pago quando puder). Por isso estou aqui escrevendo esse relatório as 1:30 h do sabadão!
Bruna Bernardes comenta sua experiência com a forma de elaborar os seus registros diários sobre sua pratica educacional.
Camila comenta a superficialidade dos registros devido à falta de tempo para sua elaboração.
Vanessa Castaldi também comenta sua experiência pessoal na relação educador-aluno. Ela escreve tudo, sem restrições nos seus registros. A fala da Vanessa está causando estranheza.
Iuri, nosso bom amigo, comenta que sua escrita é pessoal se não seria só uma cópia do momento e todos seriam iguais e perderíamos as visões pessoais que trazem a riqueza da formação do conhecimento. Como sempre, Iuri faz suas intervenções de maneira apropriada e a professora Laura comentou a importância de sua intervenção.
Bruna comenta a lente de 360° que permite filmar a cena de forma global e que remete ao filme Janelas da Alma.
Vanessa Castaldi comenta a visão da estagiária da sua sala: “É o que ela enxerga de mim”.
Laura propõe a questão da professora-pesquisadora.
Silêncio !!!!
Laura pergunta se nós gostamos do texto da Zaccur.
Bruna Bernardes comenta que achou muito forte a lembrança de uma aluna de 80 anos das aulas daquela professora. Aí eu me lembrei da minha amarga experiência com a minha primeira professora que me marca até hoje.
Karina faz um comentário sobre o tempo verbal do relato.
É posta a questão do Sujeito Encarnado que remete as questões do Positivismo, do pensamento linear e da Neutralidade.
“O sujeito encarnado se coloca e tem suas posições e pontos de vista formados a partir de suas experiências”. (Não sei bem porque fiz essa observação)
Silêncio !!!
Carolina foi escalada para estender os comentários. (Não o faz)
Karina se anima e lê trechos da página 42 e 43.
Laura comenta sobre o “Falar De” e o “Falar Sobre”. Ela pergunta: “O que o Paulo falou sobre isso na aula passada?”. Uao!! Olha eu aí traveis gente!!!
Laura comenta que a Maria Helena Chauí tem um artigo sobre esse assunto na revista Educação e Sociedade (Ideologia e Sociedade), lembrei do Carlos Miranda, meu amigo de juventude, hoje professor da FE da Unicamp, que comentava que a Maria Helena sabia conduzir um debate.
Bruna comenta do lapidar e Laura se coloca sobre assunto e lê um trecho a respeito.
O trecho comenta da dureza da visão masculina e da fluidez da visão feminina sobre a vida. Machucou-me tal verdade. (É uma das minhas questões pessoais: O masculino não consegue ver o feminino).
Parece que a mulher conhece o processo e toma os cuidados necessários para conduzi-lo harmoniosamente.
Iuri comenta da teoria do Homem Cordial de Buarque de Holanda (pai do Chico).
Nesse momento já estamos todos cansados e querendo que aula acabe.
Porém Karina retoma o assunto apesar dos meus protestos. E como a Bruna Bernardes pediu estou registrando a minha grosseria com a colega tão querida. (Karina perdoa esse pobre ser masculino!).
Laura lê o trecho da página 49 sobre a Professora Pesquisadora Praticante (acho que é isso. Minha anotação não está clara e eu já não me lembro do contexto).
Iuri comenta que as idéias podem ser distorcidas tanto para o bem como para mal.
Eba! Tem lanchinho!!
Discussão sobre o tempo da aula. Bagunça !!
Alguns minutos de pausa! Ficamos sem intervalo e saímos mais cedo ficou decidido.
Retomamos com a apresentação do projeto do grupo David, Vanessa, Tânia, Raquel e Anelisa.
A apresentação justifica a escolha da ferramenta pedagógica Livro da Vida de Freinet.
Vanessa expõe sua experiência com Livro da Vida elaborada na sua sala. Explica que escolheu essa ferramenta para aproximar a escola e os pais das crianças, pois as crianças estavam em tempo integral na escola e havia a necessidade de mostrar a vida das crianças fora de escola.
Raquel apresenta a proposta de atividade para sala.
O nome do projeto é: “Livro da Vida da Nossa Sala”. A idéia é aproximar todos da nossa sala. Fica claro que o projeto só funcionará se todos participarem.
Foi criado o blog
HTTP://blogdofreinet.blogspot.com e e-mail blogdofreinet@gmail.com para correspondência e acréscimo de opiniões de cada aluno da sala.
Agora sim, O Cocktail (o lanchinho). Como poço chamar o cocktail de lanchinho!!
Nossa!! Adorei a idéia !!
Bruna Bernardes comenta a importância da iniciativa do grupo e alerta que temos que tomar cuidado com o conteúdo adicionado ao blog, pois o blog tem acesso público e não podemos cometer erros de nenhuma natureza, principalmente os de ordem teórica e acadêmica. Ainda enfatiza o blog como ferramenta de apoio em todos os sentidos.
Festa !!!!
E assim termina a aula de hoje.
I !! Me enganei!!!
Retomamos com a apresentação do grupo da Bruna Karen, Miriam e Ana Carolina.
O projeto é a escrita de uma carta elaborada coletivamente para compartilhar a nossa experiência nessa disciplina com a outra metade da nossa turma que esta tendo aulas de Sociologia.
Deu ti ti ti! Duas cartas?! Uma coletiva e outra pessoal para um colega da outra sala.
Enfim, a escrita coletiva se deu, tendo a Tânia como escriba da turma e durante a semana cada um faz a carta individual para próxima sexta.
Agora acabou !!

Registro da aula de 14 de maio de 2010

por Tânia


É dessa vez não teve jeito... depois de muito relutar e sempre sair pela tangente, hoje não tive escapatória... bem que eu tentei! Então aqui estou eu relatando sobre a aula desta sexta feira fria de 14 de maio.
Bom cheguei na sala e já fui logo ver com meu colegas de grupo que estavam mexendo no computador da classe se tudo havia dado certo com o mesmo, pois este era peça fundamental para nossa apresentação. Como não deu nada certo Ane e eu fomos atrás do tiozinho do Saepe (me desculpe tiozinho por não lembrar seu nome!) para nos ajudar.
Com todas as instruções gravadas voltamos para a sala, passei as coordenadas para o David e nessa hora a Bruninha já estava lendo seu registro, foi então que veio a notícia que eu seria a encarregada deste registro. Zé começou a ler o seu e já me colocou na conversa dizendo que dessa vez eu não escaparia do temido registro. Olha... me surpreendi com este rapaz viu, deve ser parente de mineiro, come bem quietinho, mas na hora que teve que abrir a boca não deixou passar nadinha se quer, e no fim ainda fechou com chave de ouro dizendo... “Não fiz por mal”. Bom vingança feita vamos voltar para a aula...
Laura começou a aula explicando que não teríamos que entregar registros hoje, como muitos pensaram, inclusive eu, ao ler a pauta na lousa, onde estavam enumerados: 1- Registro – José e Bruninha; 2- Comida: Omelete de Amoras (Benjamin); 3- Zaccur (discussão); 4- Carta coletiva; 5- Grupo David; e 6- Entrega relatório. Então descobrimos que ela é que entregaria os registros que já havíamos entregue.
Natália se prontificou para ler o conto “Comida: Omelete de Amoras” de Walter Benjamin. Quando terminou.... SILÊNCIO! Acho que todos estavam é pensando em saborear um omelete isso sim!
Karina como sempre com suas ótimas indagações colocou que a leitura deste conto remeteu à ela que cada instante é único, não iria reproduzir nunca o mesmo omelete por conta do contexto vivido naquela situação, pois o sabor da comida depende da ocasião. Bruna levantou a questão do simples, como ele tinha tudo, o simples o fez feliz.
Rachel, com ch viu, colocou a frustação do rei, dizendo:
- Ele não sentiria mais aquele sabor. Então Karina perguntou:
- Frustou mas saciou?
- Não, pois o desejo de reviver aquele momento seria impossível! A fome não era de comida, era desejo de reviver o momento que passou, pois naquele momento era outro contexto. – disse Rachel.
Laurinha então contextualizou, dizendo que cada momento é único por exemplo, quando nos passou sua experiência na escola foi de um modo, mas daqui a dez anos se for contar vai ser de outro, pois será outro contexto, outras pessoas, outra realidade.
Vanessa, a morena tá, fez uma ligação com o texto de Zaccur, colocando o desejo de reviver ligado aos diários, agendas, pois quando lemos sentimos o momento registrado, revivemos o acontecido. Nossos registros das aulas tem muito disso também, com eles podemos voltar ao momento de nossas aulas. Então Vanessa, mas dessa vez a loira... fez uma ponte com o “Etnógrafo” dizendo que o percurso é mais importante que a conquista.
Mas o que tudo isso tem a ver com o texto de Zaccur, indagou Laura, mas ela mesma interrompeu o pensamento para colocar como estava incomodada com a presença da mãe da Rachel por ser um corpo estranho na sala.
Bruna então voltou ao assunto do Omelete e colocou que quem busca os registros quer reviver o que foi relatado, busca reviver os fatos ocorridos, pois sabemos o que está documentado, como revistas, jornais, leis... mas e o que não está documentado? Para conhecermos como a prática ocorre só mesmo recorrendo aos relatos.
Neste momento Vanessa falou da observação, de como o olhar é importante também, pois as vezes não conseguimos exprimir no papel o ocorrido dentro da sala de aula. Pouco damos conta de que os registros e diários são um documento, nós precisamos aprimorar nosso olhar aos detalhes, as falas e comentários. Deve ser feito com o olhar de cada um, pois confere em seu documento, sua história. Mas Vanessa ainda batia o pé dizendo que mesmo com esse olhar e sendo minussiosa em seu registro as vezes é muito difícil detalhar certos momentos.
Então fomos para o terceiro momento da aula, a discussão do texto de Zaccur, a classe fez apontamentos do que acharam interessante como por exemplo, como a professora relatada relacionava o contexto da cidade com o da escola, o relato de ex-aluna e a questão política da época que era muito marcante. Foi levantada a importância da alternância de pessoa em que a professora escrevia, ora em primeira, ora no plural. Nos diários isso ocorre muito pois sempre é relatado intervenções da professora e o trabalho em grupo.
Com isso Laura falou do sujeito encarnado de Najmanovich, e toda sua discussão sobre ciência e positivismo. Este discute que o pesquisador não é neutro, há sujetividade envolvida, por isso é um sujeito encarnado, pois se coloca, tem posição. Ele não é alienado, ele olha a escola de dentro e não de fora.
No texto existe uma fala sobre lapidar o aluno, mas Laura disse não gostar deste termo pois parece que nós professores é que vamos dar forma aos alunos do jeito que nos convém. Então muitos da sala colocaram outros pontos de vista, como o ponto do orientador, em nossa realidade, este é que determina o que devemos ler independente de nossa vontade e escolha por outras fontes. Yuri então colocou que lapidar pode ter conceito de tirar a casca e deixar brilhar, a classe gostou muito deste pensamento dele. Quando achamos que a discussão de Zaccur já havia acabado... Karina vem com outra colocação para descontentação de Paulo.
Encerrado esta discussão, meu grupo lembrou Laura da nossa surpresinha para a classe que já estava quase saindo para o intervalo, então decidimos por não fazê-lo, mas só depois de convencer a classe que teriam um bom motivo.... comida!
A apresentação do meu grupo começou. David iniciou falando da proposta do livro da vida de Freinet. Vanessa compartilhou com a classe o trabalho que fez com sua classe, um livro da vida dos alunos, então Rachel apresentou o nosso livro da vida em forma de blog. Nele estão e estarão todos os registros, fotos, idéias e olhares de nossa classe que cursa a matéria de Didática. Por isso é muito importante a colaboração de todos para que o livro funcione, então por favor, quem ainda não cedeu seus registros e se comprometeu com isso que nos mande para postarmos no blog para que possamos deixá-lo sempre atualizado. E quem ainda não acessou que acesse e comente... precisamos de classe para alimentá-lo.
Laura ficou preocupada com a exposição que esse blog pode nos trazer, mas Bruna argumentou que é uma exposição boa, que é importante isso, pois é um livro do nosso contexto que vai mostrar as técnicas de Freinet. Que precisamos tomar cuidado sim e rever sempre o que postamos para divulgação, pois o blog ultrapassa nossa disciplina e daqui a alguns anos será também um veículo de troca de experiências entre nós. O blog deve ser uma ferramenta de não dessistência do nosso trabalho como educadores.
Então veio o esperado intervalo, ou nosso coquetel como o entitulamos com os deliciosos salgadinhos vindo direto de Conchal. Foi realmente uma delícia, mas a aula precisa prosseguir.
O grupo da Carol Silva, Bruninha, Miriam e Marjorie, não mais presente entre nós, pois aguarda anciosa a chegada da Liz, aprensentou a técnica de Freinet, correspondência, e propos que fizessemos uma carta coletiva para enviarmos para a outra metade da classe que está cursando Sociologia, para explicarmos nossa vivência dentro desta disciplina e também de fazer uma carta individual expondo a visão sobre a mesma.
Um grande debate surgiu na sala com a questão de escrever as cartas individuais com ou sem destinatário e decidimos que esta será sem destinatário para que não haja constrangimento caso alguém ficasse sem carta.
Na carta coletiva ficou decidido através de apontamentos que a classe foi fazendo que será colocado a nossa bibliografia, o que vimos durante a matéria, a troca de cartas individuais, agradecimento da presença deles na nossa festinha, a proposta da correspondência de Freinet, o objetivo desta que é a troca de experiência, introdução sobre o que queremos com a troca das cartas.
Yuri destacou que em toda aula nós produzimos um texto em conjunto e nossa escriba é Laurinha... escrevendo na lousa nossas falas.
Ana Carolina indagou o que seria e como seria um escrita coletiva, pois até então estava decidido pelo grupo que haveria uma pessoa para elaborar a carta a partir dos pontos levantados. Então começamos a redigi-la coletivamente e Carol Silva na lousa e David no papel é que foram os escribas dessa vez. Não terminamos a carta devido o tempo de aula que já estava se esgotando, então ficou combinado que terminaremos na próxima aula.
Ufa! Acho que nunca escrevi tanto assim em uma aula... mas até que não foi tão ruim assim.

Registro da aula do dia 07/05/2010

por Bruninha

Essa sexta-feira promete ser muito animada, embora de certa maneira um pouco triste pela ausência da nossa colega Marjorie nas próximas aulas, a partir de amanhã ela estará de Licencia Maternidade, já estamos com saudade Má!Quando chegávamos próximo a sala a professora Laura saiu à porta para nos chamar a entrar, como sempre simpática! Havia poucos alunos na sala até o momento, e o cheiro de comida estava muito bom!
Ao entrarmos na sala as carteiras já estavam organizadas em grupos mais ou menos nas mesmas posições da aula passada, que o nosso colega David organizou e ali continuaremos o trabalho sobre Freinet. E então fomos sentando, e por incrível que parece os grupos se organizaram nos mesmos lugares da semana anterior.
Iniciamos então a aula com a leitura dos registros da aula passada, primeiro com a Bruna Bernardes e depois com a Mariana, a Bru falou um pouco da angustia que era expor o relato feito por ela e a Má comentou a mesma coisa dizendo que era um sofrimento de certa forma!
Iniciamos em seguida a discussão sobre o livro de Freinet, e a sala permaneceu num silencio total até incômodo, ninguém ousava se manifestar.
Marjorie é a primeira a falar, questionando a professora, pois não havia entendido o que ela havia falado, e então Laura repetiu que queria que falássemos o que achamos do livro, como foi a leitura, o que gostamos mais?
A Má achou interessante a parte da correspondência, que inclusive é o nosso projeto, e fez a relação com o Pinóquio de Perrenout, em sua fragilidade é um herói assim como podemos ver Freinet.
David fala sobre a persistência dele, o nunca desistir, apesar de toda a sua fragilidade, também ressaltou sobre o humanismo de Freinet, a questão da solidariedade, a importância da coletividade, da cooperação para a defesa do direito.
A Míriam comentou que a leitura feita no computador, não é a mesma que no papel, onde você vai anotando.
Ane gostou da parte das cartas, e lembrou de sua vivência na escola, com uma prática muito parecida e para ela familiar.
Tânia achou muito interessante a história de vida dele, o seu não desistir, ressaltou sobre o jornal e a participação das crianças em sua elaboração, escolhendo o que colocar nele e se organizando.
Vanessa gostou muito da aula passeio, e trazendo para os dias atuais comentou que a burocracia complica de mais atividades desse tipo, dificultando todo o processo.
Rachel gostou muito da parte da escrita, da troca de correspondências e sua importância, o jornal, o livro da vida, traz para a escola o sentido da escrita que hoje ela não tem, a escrita é sem sentido e então não há motivação, para se escrever, ela cita também a distorção ao reproduzir, ou tentar reproduzir a Roda da Conversa, acontece de tudo menos de forma espontânea e é utilizada para outras finalidades perdendo seu valor e o interesse das crianças nela.
Ana Carolina deu exemplo de sua vivência falando de um aluno que reclamou de ter copiado três lousas naquele dia e que não gostaria de ter de copiar mais coisas ainda, enfim para ele não fazia sentido, copiava pelo simples fato de copiar.
Camila coloca que Freinet vivenciava tudo aquilo que falava, ele experimentava.
Miriam comenta a necessita de que tudo precisa ter sentido para a criança ou mesmo para nós, para podermos fazer e aprender de maneira significativa. O tempo é jogado fora se realizarmos qualquer coisa sem objetivo, hoje o tempo livre não tem valor. Segundo ela, ainda é necessário buscar a educação do olhar dos futuros professores, e todos registramos uma frase:
“Educação do olhar, mais isso depende do alcance do professor” (GUERRA, 2010).
Paulo diz que a gente vê um pedacinho no processo e não ele todo. A fala de Míriam completa ao ressaltar que é muito curioso o nascimento da escola junto com as fábricas e por de mais significativo, ao ver que as escolas vão formar os trabalhadores para essas fábricas, e assim eles farão parte de um processo que enxergam apenas um pedacinho e não o todo, como acredito que nosso colega Paulo quis dizer.
Bru coloca que na p. 63 do livro de Sampaio (2008), Freinet diz que a escola se esqueceu de preparar Homens, não ela não se esqueceu é de propósito.
E isso é muito triste, formamos cada vez mais uma sociedade sem consciência e cultura.
Caroline disse que gostou muito quando Freinet falou da expressão livre e que hoje os professores a desconsideram.
José Elias comentou sobre a aula passeio ser sem roteiro, porque se o professor direcionar já não é mais passeio.
Iuri levantou a questão da obrigação de se fazer passeios, relacionando com trabalho escravo, ressaltando algo que fazemos sem motivação e sim por obrigação apenas.
Karina diz que pensamos que o que é muito bom para mim também é para os outros?! É uma questão complexa. Reflitamos!
Laura indicou um filme para assistirmos, que segundo ela é muito bom: A Língua das Mariposas.

E então já são 21h00, chegou a hora da nossa festinha!
A Marjorie chorou ao falar da despedida. Foi muito legal e todos inclusive a nossa outra metade da turma, que cursa outra disciplina as sextas, participou!

Ao encerrar a nossa festa voltamos para a aula, combinado que a carta coletiva será feita na semana seguinte.
Houve uma discussão sobre o recebimento ou não do e-mail que a professora nos enviou e alguns colegas não receberam.
E agora nos grupos finalizaremos o Projeto/Aula Freinet para entregar no próximo encontro.
Para constar Iuri e Camila autorizaram também a utilização dos registros das nossas aulas, eles haviam faltado na semana passado quando a professora fez esse questionamento.
Assim encerro meu registro, tentei trazer as falas dos colegas, espero que tenham gostado! Boa noite!

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Registro da aula de 07 de maio de 2010 - por Zé Elias

Cheguei a sala quase 7h e 20min. pensava estar atrasado, mas ainda não estava... pois a aula ainda não havia começado. Chegando vi os preparativos da festa e as carteiras estavam agrupadas em grupos de cinco. Logo a professora disse “vamos começar!” e começou a procurar candidatos para fazer o registro da próxima aula; de inicio sugeriu “Tânia e Bruninha”... Mas mais uma vez a Tânia escapou me parece que já é a terceira ou quarta vez que isso acontece. Então meio sem saber, pois não levantei a mão e nem me manifestei vontade de fazê-lo, mas a professora me candidatou para isso. Então, estou eu aqui fazendo o registro dessa aula. Hoje devo ‘fazer bem feito’, como já gerou tanta polemica na sala: e nos outros dias os registros não seriam bem feitos?
A Bruna e a Mariana leram os registros (a Bruna dizia já estar com saudades da Marjorie; a Mariana se lembrou da “nuvem” que a professora via, que também nos deixo preocupados). Na lousa já havia a pauta do dia, onde se iniciaria com o texto de Freinet e discussão; depois a festinha. A carta ficou para outro dia e a escrita do projeto custou a entrar no papel.
Nesse momento a sala fazia certo silêncio e a professora, de certo assustada, perguntou “o que havia”. Seguido disso iniciaríamos a discussão do texto de Freinet – como ela lembrou: não pagina por pagina. O silencio persistia, quando a Marjorie iniciou a leitura de um trecho do texto e relacionou com o ‘Conto do Pequeno Polegar’, de Perrenault. O David achou surpreendente a historia de vide Freinet; dentre as varias dificuldades enfrentadas por Freinet; a formação de sua escola, que existe até hoje e uma filha de Freinet continua o trabalho...
Não sei como, mas a discussão agora caíra na questão de o professor usar dinheiro de seu próprio salário para conseguir material para as aulas; questão esta que persiste e tanto nos atormenta. Daí o exemplo da escola Waldorf, onde as carteiras são de madeira e em cada uma há uma pedra de quartzo; o que convenhamos, aquela estrutura não é para qualquer escola e nem se conseguirá com a totalidade dos salários de professores...
Com uma leitura da pagina 35, trouxemos à discussão a questão da disciplina; assunto esse que tanto tem me atormentado ultimamente; de fato as pessoas confundem muitas vezes uma ‘aula ativa’, com indisciplina. Concluímos que essa disciplina não deve ser instituir-se a partir de regras pré-estabelecidas, mas nada mais é que uma “conseqüência natural de uma boa organização do trabalho cooperativo e do clima moral da aula”. A professora lembra que Freinet nunca pensa o insucesso do aluno, e talvez só por isso não aconteça, ainda que cada qual a seu ritmo todas as crianças são capazes de aprender...
Mais uma vez a professora começou a riscar um esboço na lousa, trazendo a idéia de COLETIVIDADE e COOPERAÇÃO. O Paulo se lembrou da palestra do professor Vanderlei e da diferença de se “falar para o outro” e “falar com o outro”. Para o David isso parece Paulo Freire. Continuando, a professora disse que o grupo não anula a individualidade, de fato isso parece verdade, pois caso isso ocorra se perde a noção de cooperação que o grupo deve ter.
A Bruna traz à discussão a questão do tempo, onde cada aluno ainda que se esforçando conseguem chegar à um resultado, outros não e que esse esforço deve ser levado em conta. Eu concordo com isso! A Camila disse que a cópia ou a escrita é visível e por isso é isso que conta...
Nesse ritmo cada um ia falando, visto que hoje a professora ia – implicitamente – obrigando um à um a falar; uma vez que ninguém se propunha a falar... Lembro que nossa sala – inclusive eu – não gostamos muito de ‘discutir’ nas aulas. Por isso há essa sensação de medo nesse momento ao ler esse registro, como já ressaltou a Mariana em outro momento...
Agora a Rachel lembrava a diferença entre “bater papo” sentados no chão e uma “roda de conversa de Freinet”. Freinet tinha um objetivo e se falava coisas úteis, não apenas o que se fez no fim de semana... Não sei por que agora o Paulo se recusava a ir à sala da Bruna e a Bruna o chamavaele de “ser racional”; com isso a professora citou um exemplo de um professor que só havia dado aulas em quartas séries e esse ano está em um primeiro ano... De fato, um professor sempre é um professor – até o Paulo!, a única diferença é que o discurso muda de acordo com o destinatário...
A discussão continuava, quando apareceu um grilo na sala e o Iuri ou jogou fora. Lembro que não teve o mesmo efeito que teria tido na sala da professora Vaniza. Imagino o que teria acontecido em uma sala da biologia... Supostamente a mesma coisa que aqui? Por não ser o dia de estudar os grilos?
Agora falávamos da aula passeio. A Vanessa citou um exemplo e a discussão fluía. Eis questão: o passeio deve ser direcionado, com roteiro, de modo que a criança esteja tão atento àqueles aspectos que nem veja tantos outros ou mais interessantes? Deixar a curiosidade de a criança fluir, como fazia Freinet? E se as crianças não se interessarem por nada? Como fazia Freinet, não pensemos no Fracasso... Daí a necessidade de se educar o olhar: não há a necessidade de ser um lugar exótico, e isso de nada adiante se não tiver o ‘objetivo de ver’; já a praça da frente da escola, por exemplo, pode ter muitas coisas a serem vistas, que mesmo passando por ela todos os dias nunca paramos para ver...
Para Paulo somos acostumados a ver as partes, não o todo. “Não é o resultado Bruna. É a parte!!!”, exclamou ele, quando a Bruna disse que só vemos o resultado...
Agora era a ‘minha vez de falar’, logo iria falar também da aula passeio; mas muito já havia se falado disso. Apenas mantive o meio termo: o passeio não é passeio de for tão direcionado, pois isso restringe a visão e mata a curiosidade. Não sei por que o Iuri resolveu fazer um debate cara a cara comigo: se o trabalho deve ser emancipador ou escravo... Ao fim, ele disse justamente o que eu estava tentando dizer, sobre a ‘aula passeio’; que também deve ser emancipadora e não ‘alienada’... Não sei porque ao fim recebemos palmas; sem duvida foi inédito e nem eu esperava.
Agora já é hora da “Festa da Marjorie”.
Depois do intervalo “estendido”, nos reunimos de novo em grupo, já era tarde e para ajudar o Iuri derrubou o copo de refrigerante da Karina. E, depois de muito custo, parece que nosso grupo decidiu o que vamos fazer. Bem, é isso.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aula do dia 30 de abril de 2010

REGISTRO DA AULA DO DIA 30/04

Por MARIANA DE OLIVEIRA PICELLI

Ao chegar na sala, ainda havia poucas pessoas, fui recepcionada pela professora com um sorriso, e isso me deixou feliz. Estavam todos esperando a chegada de mais pessoas... e na lousa a pauta do dia: REGISTRO, CONTO e GRUPOS.

Então, após alguns minutos, demos inicio a aula com a leitura do registro de Vanessa Bianconi, segundo ela um registro pequeno. Logo no inicio de sua leitura, fomos surpreendidos pela nuvem preta que Laura enxergava, fiquei preocupada e acredito que todos também, pois houve um silêncio neste momento, a espera de sua melhora, logo ela estava melhor. Vanessa então continuou sua leitura, que não era tão pequena assim. Foi ótimo ouvir seu relato pois não estava presente na aula anterior e isso me deixou interada aos acontecimentos de tal dia. Em seguida, Karina iniciou a leitura do seu registro, fiquei encantada com sua escrita bastante dinâmica, foi lindo, PARABÉNS KARINA!

A professora então distribuiu a todos um conto chamado “Do rigor na ciência” de Jorge Luis Borges, pediu para que lêssemos. A sala ficou silenciosa, todos atentos a leitura, e este silêncio se quebrou com Karina dizendo “ah! li mais não entendi”, falou baixo, mas foi possível ouvi-la. Confesso que eu também não entendi, então não posso dizer que LI, pois se pensarmos na leitura, ela é a compreensão, eu apenas decifrei palavras. Isso me deixou angustiada, pois me coloquei no lugar das crianças que estão na escola sendo alfabetizadas, muitas delas apenas decifram palavras e infelizmente não compreendem o que leram, isso não é bom, não me senti bem. Então Li novamente e novamente, e minha leitura foi interrompida com as duvidas levantadas pelos meus colegas, fiquei de certa forma mais aliviada, pois a maioria não estava compreendendo o conto. “Porque várias palavras foram escritas com letra maiúscula?”; “Porque você escolheu este conto professora?”; “onde você queria chegar?”... essas dúvidas não foram respondidas pela professora, foram apenas escritas na lousa conforme iam sendo levantadas por todos. Então a professora comentou sobre a questão “onde você quer chegar?”, estamos acostumados a respostas prontas, ou a ter como resposta a idéia que a professora quer que nós tenhamos do que ela nos deu para ler. Segundo Laura, Larrosa no texto “Sobre a Lição” presente no livro “Pedagogia Profana”, se mostra contra esse pensamento de a professora esperar as mesmas respostas de seus alunos, ou acrescento que até mesmo de pensar pelo aluno, ao explicar a ele o que o autor quis dizer, ou o que ela entendeu do mesmo.

Após a fala de Laura, ela quis nos escutar, escutar nossos pensamentos a respeito do que foi lido. Paulo então começa nos explicar alguns pensamentos seus, logo diz que não tem sentido o MAPA ser do tamanho de uma cidade para representá-la, não precisa. Já Vanessa Bianconi levanta a questão das letras maiúsculas iniciando diversos adjetivos no conto, estamos acostumados apenas a colocar letras maiúsculas em nomes próprios, para ela houve por parte do autor a quebra desse rigor da escrita. Bruna Karen levanta um ponto presente no conto bastante interessante, voltando-se para que ora a ciência inova, ora envelhece, e inova e novamente envelhece, de maneira sucessiva. Isto me fez pensar na escola, isso faz sentido para mim quando penso em alfabetização e letramento escrito por Mortatti em seu texto “Letrar é preciso, alfabetizar não basta... mais?” lido para a disciplina da professora Áurea, neste a autora coloca que os métodos “antigos” ou “tradicionais” (fônicos e silábicos) ao longo do tempo foram sendo substituídos pelos considerados “novos”, os testes ABC ou testes de maturidade, mas após alguns anos surge uma “nova” perspectiva, a construtivista, e tornam-se “antigos” os teste de maturidade. Essa inovação constante acaba de certa forma, a meu ver, deixando os educadores confusos, ou até mesmo faz com que estes apliquem para os alunos uma maneira considerada nova de alfabetizar e letrar, mas acaba muitas vezes também aplicando algo sem conhecimento, fazendo com que essa inovação perca seu sentido, bem o que acontece com a Cartográfia no conto. Como Laura estava comentando com meu grupo, sobre aplicação dos instrumentos de Freinet nas salas de aula, antes é preciso entender o sentido que Freinet dá a esses instrumentos que ele aplicava, para depois aplicar, somente assim isto terá sentido. Com esse meu pensamento, acabei perdendo o pensamento de Bruna Bernardes que levanta sobre o conto a questão social, muito interessante também a meu ver, o que consegui pegar, mais ou menos, foi as gerações dando lugar a outras questões, então Marjorie acrescenta citando o trecho em que o autor coloca sobre “Mapas desmedidos”, isso significa segundo ela que para outras gerações ou gerações seguintes, esses mapas não faziam sentidos.

A discussão gira em torno desse contexto do conto relacionado com a sala de aula. Então vem a questão das regras na educação infantil, Tânia acredita que o rigor nesse faixa etária não deve ser igual ao dado no ensino fundamental, mas é necessário sim que haja as regras.

Bruna Bernardes então coloca um pouco sobre a leitura direcionada feita pelo professor, essa leitura ocorre desta forma, direcionada, devido à falta de tempo do professor, segundo Perrenoud, ele é “pressionado pelo tempo”.

Após o intervalo, organizamos os grupos e elaboramos o nosso projeto. Durante este momento, fomos interrompidos pela professora para organizarmos o calendário das aulas, junto as apresentações. A classe pensou em fazermos na próxima aula a festinha da Marjorie, todos aceitaram. Ah! Até cantamos Parabéns para a Laura que havia sido seu aniversário, ela ficou toda envergonhada.

Por fim a professora perguntou a todos os presentes a possibilidade de socializar os registros do caderno da classe e os mesmos aceitaram, ainda falta perguntar para três alunos que estavam ausentes neste dia.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tarefa de casa





SAMPAIO, Rosa Maria Whitaker Ferreira. Freinet - Evolução Histórica e Atualidades. São Paulo, Scipione, 1989.

Pra quem fez a leitura (e para quem não fez também) de "Freinet - Evolução Histórica e Atualidades" de Rosa Maria Whitaker Sampaio, indicada para o dia 23 de abril de 2010, fica a reflexão...

"Educar não é uma fórmula de escola, mas uma obra de vida" (Freinet)

Registro do dia 16 de abril de 2010 - Karina Fernandes

Dia 16/04/10 – 6ª aula

E finalmente chegou a sexta – feira!!! Tão esperada por todos, por variados motivos, e para mim um deles é que, neste semestre, sempre fecho a sexta com chave de ouro!
Entrei na sala e lá estava a professora e a pauta do dia: Leitura dos registros de David e Rachel / Discutir as respostas sobre a escrita / Discussão do texto de Alves e Garcia / Rever as datas sobre o trabalho a partir de Freinet.
Desta vez tínhamos também a pauta do dia 23 que seria a leitura de metade do livro de Sampaio, leitura feita em casa e para o dia 30 entregar os registros individuais das aulas; assistir ao filme Stela e discutir os trabalhos “seminários” que os grupos realizarão.
A aula demorou a ter início oficialmente, mas os momentos de conversa que antecederam foram bons e então, não sei se devo pedir para que todos cheguem mais cedo ou se devo aproveitar o bate-papo com os colegas e a professora.
Enfim, a aula começou, a Rachel e o David leram seus registros e tenho a impressão de que a cada sexta-feira os registros ficam mais longos é isso ai turma nossa história ficará bem registrada, sem permissão para ser esquecida!
Ah, a professora se incomodou ao perceber que o registro da Raquel estava banhado de “Laura daqui, Laura lá, Laura acolá“, a inquietação seria por conta de que a Laura não gosta de ser o centro, achei muito interessante, percebi a presença da prática docente reflexiva e fiquei feliz por vivenciar esta raridade... Só gostaria de retornar a esta aula que a Raquel citou e lembrar que, quando questionados, os alunos colocaram que a aula estava interessante e poderia continuar como estava, portanto professora acho que seu papel foi cumprido plenamente!
Depois da leitura dos registros a professora sugeriu a divisão em grupos de 4 pessoas para discutir as respostas que surgiram, acatamos a idéia e assim o fizemos. Só então me dei conta de que embora tivesse feito a tal da reflexão (lembram aquela do dilema “Entregar ou não entregar eis a questão!”) só então percebi que tinha me esquecido da pergunta e ainda por cima deixado o texto em casa, “E agora José?” diria Carlos Drummond, mas ocorreu tudo bem, em grupo somos mais fortes não é mesmo Iuri? O que seria afinal das pernas e braços sem a barriga? Bom, logo mais comento sobre isso.
Gostaria de deixar registrado também o inédito “Grupo dos Bolinhas”, assim eu os apelidei, David, José, Paulo e Iuri.
Continuando...
Após as discussões em grupos pequenos, começamos a compartilhar as falas.
Os grupos apontaram que a escrita da Vaniza era pessoal antes mesmo da experiência com Freinet, talvez este tenha sido um fator que a auxiliou a buscar melhorias em sua prática. Fica claro também que escrever ajuda na construção de conhecimentos, permite valorizar a produção de textos, a aumentar o interesse pela escrita, faz crescer a curiosidade, dá acesso a livre expressão como nos Textos Livres, ajuda na compreensão da necessidade de publicar as descobertas e facilita também a reflexão da própria prática.
Diante de tantas coisas, temos motivos de sobra para pensar no porque nos ensinaram a escrever a redação “Como foi minhas férias”, porque mataram nossos anseios infantis de ter acesso a escrita? E o que faremos para não reproduzir esta situação?
Bom, a aula prossegue, o foco agora é o texto de Alves e Garcia. Com a ajuda dos alunos a professora faz na lousa um esquema.
Em busca do sentido da escola, fazendo uso de várias histórias, as autoras colocam 4 processos que culminaram na educação que temos hoje. O 1º processo fala da fragmentação do conhecimento que gera especialistas e estes muitas vezes são alienados a outros assuntos. O 2º processo fala da grupalização e como próprio nome diz refere-se aos agrupamentos, por exemplos as séries ou o grupo de meninos e de meninas. O 3º seria a hierarquização, que sempre sugere o privilégio de alguns, e se dá na carga horária das disciplinas, nos cargos dos profissionais e outros. Por fim o 4º processo seria a centralização que ocorre, por exemplo, na criação dos PCNs, tentando centralizar os conhecimentos do país.
O texto traz também o Currículo Oficial que seriam os PCNs e o Currículo Negado que seria tudo aquilo que os alunos vivem, mas não podem levar para a escola.
Sobre os Temas Transversais fica evidente que as autoras não concordam com a idéia de interdisciplinaridade, mas apóiam a transversalidade que possibilita atravessar fronteiras.
A Marjorie busca no texto a idéia de cooperatividade, o Iuri complementa o assunto contando-nos a Fábula de Esopo sobre os membros do corpo e a barriga, chegamos à conclusão que o individualismo nos enfraquece, por isso é sempre bom buscar o apoio de outros professores, dos pais dos alunos ou de quem for possível.
Encerro o registro do dia com a frase que a Laura pediu que todos anotassem e que, portanto, está entrando para a nossa história escrita, esta frase deve ser combustível para novas atitudes no cotidiano, escolar ou não. Portanto aí está: “O quanto nós somo fracos por não sermos cooperativos?” e acrescento: “O quanto poderíamos ser fortes se nos cooperássemos mutuamente? Esta força é mensurável?”
Se são as perguntas que nos movem temos combustível para muitos quilômetros. E assim encerro meu registro.

Karina F.

Registro do dia 16 de abril de 2010 - Vanessa Bianconi

Rio Claro, 16 de Abril de 2010.

"O fraco deve tirar partido de forças que lhe parecem estranhas" (Certeau, 2002, p. 47)

"Estamos fracos por não trabalhar cooperativamente..." (Karina)

Foi feita a leitura dos registros feitos por David e Rachel e em seguida nos reunimos em grupos para discutirmos as questões que levamos para casa, na semana anterior, sobre o texto de Vaniza Guidotti. A partir da exposição do que foi discutido em grupos falamos sobre a relação da professora com seu diário onde a mesma escreve para refletir e avaliar a prática, verificando sempre como se posicionou diante de seu próprio trabalho. A prática da escrita, no texto, é ponto de reflexão a partir dos registros e da organização de idéias e resultados além de proporcionar a oportunidade de perpetuar o vivido, imortalizá-lo, comunicar descobertas (através dos jornais e correspondências - instrumentos da metodologia Freinetiana). Na sala de aula de Vaniza a construção do conhecimento se dá pela valorização da produção e da curiosidade.
Os instrumentos da Pedagogia Freinetiana desenvolvem a escrita e o gosto pela leitura. Seus valores são pautados pelo respeito, a relação com o próximo e a sociedade. Além desses valores é importante a liberdade de fala e escrita (texto livre = expressão).
A partir de então, passamos a discutir o texto proposto para essa aula e começamos discutindo os processos de dominação que organizam a escola hoje. São eles: pedagogização dos conhecimentos, grupalização, hierarquização e centralização.
Sobre a pedagogização dos conhecimentos, falamos sobre a fragmentação dos conteúdos escolares, sobre os professores especialistas e a seleção dos conhecimentos que devem estar dentro ou fora da escola (políticas educativas). Falamos ainda do Aprisionamento dos Corpos (Foucault) na escola, sobre a imobilidade historicamente construída. Laura socializou sua experiência enquanto professora quando "desestruturava a suas de aula uma vez por semana deixando que os alunos fizessem suas atividades sozinhos, priorizando o desenvolvimento da autonomia dos alunos.
Falamos sobre a Grupalização, onde ocorre a segregação, em sala de aula, entre os alunos que sabe e os que não sabem, os meninos e as meninas, os normais e os excepcionais. Concluímos que tais práticas se dão para manutenção das idéias dominantes.
A Hierarquização mostra a valorização de disciplinas ditas "mais importantes", como Português e Matemática em detrimento das outras especialmente no que concerne à carga horária dispensada para cada disciplina. Salientamos a importância, por exemplo, do ensino de artes onde se pode educar o olhar, onde se pode enriquecer os alunos de vivências e conhecimento.
Na Centralização, falamos sobre os PCN's e como temos uma diferenciação dos currículos: um mínimo para a população de baixa renda e um máximo para a população mais privilegiada do país. No currículo oficial temos um saber legitimado, onde são avaliados, por exemplo, os livros didáticos e a formação dos professores. Temos paralelamente ao Currículo Oficial, um Currículo negado, que toma lugar fora da escola e onde se desvaloriza o conhecimento das classes populares.
Verificamos que as autoras são a favor da interdisciplinaridade, da realização dos projetos. Para elas, os conteúdos, as temáticas se encontram sempre em algum ponto e é ai que se encontra o sentido de trabalhar a interdisciplinaridade e não através da criação de pontes artificiais, que não são reais e não fazem sentido com a realidade.
Nesse momento, a aluna Karina nos contou a experiência de uma amiga que aplicou a Pedagogia de projetos (Jolibert) e obteve excelentes resultados. Laura questionou se essa amiga havia publicado algum artigo contando sua experiência e Karina respondeu que não. Laura, prontamente, disse: "É uma pena! Não é?" Nesse momento pudemos verificar a importância do registro das experiências por parte dos professores e sua posterior socialização como fazia a professora Vaniza do texto discutido na aula anterior.
Encerramos a aula combinando as próximas leituras e atividades para a próxima aula. Ficou combinado a leitura da primeira metade do livro sobre a Pedagogia Freinet (enviado por e-mail) e a entrega dos registros de aula.

Vanessa B.

Registro do dia 09 de abril de 2010 - Rachel Rodrigues

REGISTRO DA AULA DE 09 DE ABRIL DE 2010

No dia 09 de abril participei pela primeira vez da aula da professora Laura. Confesso que adentrei a sala um tanto quanto incerta e preocupada se havia feito uma boa escolha ao optar por mudar para esta disciplina de aprofundamento, no entanto esta incerteza foi se dissolvendo na medida em que a fala da professora se fazia clara e coerente com as minhas expectativas.
Laura colocou na lousa a pauta do dia (Registros, Pesquisa/Certau, Texto Certau e Texto Vaniza) e anotou o que deveríamos definir sobre os próximos encontros (Caleidoscópio, Seminários e Entrega de Registros para o dia 30/04). A professora me explicou que toda aula deveria ser registrada em nossos cadernos e a cada encontro, dois alunos ficavam responsáveis pelo registro a ser compartilhado com os colegas de classe.
Após o colega David ter feito a leitura do registro de Vanessa e Marjorie, a professora pediu que mais dois alunos se candidatassem ao próximo registro, eu me senti confortável para levantar as mãos e aceitar o desafio, juntamente com meu colega David, que se candidatou posteriormente.
A aula explicitou alguns pontos explorados pela professora Laura em sua tese de Doutorado em Educação, intitulada: “Formação e alteridade: pesquisa na e com a escola”, do ano de 2008. A professora esclareceu que durante sua tese, manteve o foco em autores como Regina L. Garcia, Boaventura de Souza Santos, Nilda Alves, Rockwell Ezpeleta e Certau, o que implicou numa teoria metodológica de “como fazer ciência” e sócio-histórica (Bakhtin, Freitas e Amorim).
Laura relatou que quando iniciou sua pesquisa dentro da escola era vista sob várias perspectivas: estagiária, colaboradora, professora, interlocutora, formadora, dentre outros lugares e não lugares que acabava distorcendo suas reais intenções e expectativas.
A idéia que se têm do pesquisador é que ele adentra as instituições escolares a fim de fiscalizar, no entanto, quem fiscaliza é a academia, que olha para a escola de cima para baixo, mantendo-se no seu lugar de poder. Laura não queria que a julgassem como tal, mas notou que era possível e até mesmo favorável, estar na escola ocupando lugares diferentes.
Através da simultaneidade de lugares, também vista em Bakhtin, é possível se utilizar de táticas para conseguir alcançar pontos relevantes de uma pesquisa e perceber coisas que provavelmente passariam despercebido se Laura tivesse se mantido numa estreita relação de poder com escola.
Quando o pesquisador entra em uma unidade escolar e não está aberto a novas possibilidades e escolhas, ele se acomoda e permanece no lugar de poder e fiscalização, mas quando ele se abre às novas idéias e panoramas de sua atuação dentro da escola, ele consegue se utilizar de táticas para aproveitar momentos e ocupar lugares até então dispensáveis ao pesquisador, esta é a oportunidade que ele tem de ser “caçador”.
Laura nos disse que Certeau é contra a pesquisa quantitativa/ estatística (ex: Prova Brasil), pois provas desse tipo são homogêneas, para Certeau o importante é o heterogêneo, o singular, pois ele não quer compreender quem são esses sujeitos, mas sim o que eles pensam.
A professora ainda ressaltou que durante sua pesquisa buscou por refúgio e foi em busca de outras fontes, antes consideradas dispensáveis e suspeitas, mas necessárias a fim de comparar teorias, métodos e opiniões e fez um alerta ao consumo de letras sem reflexão, ou seja, a alienação.
Para finalizar a primeira parte da aula, Laura indagou se em sua pesquisa, os lugares foram ocupados por ela ou atribuídos a ela e esclareceu que “Não é o lugar que define o lugar do falante, mas o modo como o sujeito ocupa esse lugar”, ou seja, não foram aqueles lugares que foram atribuídos na escola que definiram seu lugar, mas ele esteve definido pelo modo que Laura exerceu e pelas formas que criou enquanto pesquisadora para estar nos lugares que efetivamente ocupou na escola.
Após o intervalo desta aula discutimos a questão dos seminários e o livro a ser utilizado. Ficou decidido que trabalharemos com os conceitos de Freinet, no livro “Freinet: Evolução Histórica e Atualidades” de Rosa Maria Whitaker Sampaio, os grupos do seminário poderão ler o livro e discutir questões pertinentes na segunda parte da aula, sempre após o intervalo que se dá às 20h45min.
Ao termino da aula, senti-me feliz, pois pude afirmar sem medo que fiz a escolha certa, pois, além de compreender com clareza as idéias da professora (mesmo que ainda sem acesso aos textos da disciplina), percebi que será valioso estar entre os colegas desta disciplina, trocando experiências e discutindo assuntos que acercam meu cotidiano e meu trabalho, que a meu ver, ainda tem muito que ser repensado, inovado e experimentado.

Rachel R.