terça-feira, 22 de junho de 2010

FREINET: Carta coletiva para os colegas da outra disciplina


Rio Claro, 14 de maio de 2010


Queridos amigos,


Gostaríamos de agradecer a presença do grupo em nossa festa de despedida para a licença maternidade de nossa amiga Marjorie e também pela comemoração do aniversário de nossa professora Laurinha.
Foi importante a presença de todos vocês! Foi necessário que nos dividíssemos para que houvesse uma união, visto que, somos um só grupo e sentimos a necessidade de compartilhar com vocês nossos estudos e reflexões acerca de Célestin Freinet, dentre outros autores.
A partir das leituras de Freinet, surgiu a idéia da correspondência entre as salas, por onde poderemos compartilhar idéias, vivências, experiências acerca da disciplina Didática.
Nosso desejo é que todos estivessem cursando esta disciplina conosco, devido à oportunidade que ela tem nos proporcionado para refletir sobre: o sentido da escrita, afetividade, a relação professor X aluno, a relação com o poder, repensar sobre nossas práticas enquanto professores e produtores de conhecimentos, inclusive os que não são registrados e legitimados.
As leituras que fazemos em grupo e individualmente expressam nossos pensamentos como se estes fossem fios entrelaçados, que quando postos na lousa pela professora durante a discussão, produz uma nova trama representativa do pensamento coletivo.
Aguardamos a contribuição de vocês para ampliarmos essa trama de pensamentos acerca de nossas vivências.
“... quanto nós estamos fracos por não trabalhar coletivamente.” (FERNANDES, K. ,2010)
Atenciosamente,

Pedagogos da disciplina de Didática e Práticas Culturais
28 de maio de 2010 / Registro da vez – por Iuri F.P.A.

Assistimos Stela. Filme que serviria de bandeira para representar o assunto que teríamos em sala de aula.
O primeiro assunto a tratar é a obrigação que acredito que o professor deva ter em proporcionar que seus alunos façam escolhas. É justamente pelo fato de não conhecer verdadeiramente quem são esses alunos, que o professor comete erros como quando espelha sua própria vivencia nos seus alunos e não leva em conta que eles não tiveram oportunidades tão básicas que não são levadas em conta, que muitas vezes aparecem com banais, como por exemplo, uma visita ao cinema, ou a um circo. É nesse momento que o olhar político do professor deve prevalecer, esse olhar político é o olhar abrangente, que focaliza a aula como um tijolo da vida e não como a casa do conhecimento.
Palmas para nossas colegas que já são professoras, e que identificaram na escola de sua vida, nos alunos de sua vivencia todo o descaso e a falta de atenção que eles recebem todos os dias. Podemos olhar para eles, e podemos também não olhar, essa escolha cabe ao professor.
É importante lembrar que o mundo é um só, não é diferente um menino que passa fome na África daquele outro que também passa fome na nossa frente. Olhando para a televisão veremos o primeiro exemplo, e muitas vezes nos colocamos como superiores, pois não isso não faz parte da nossa realidade, que aquela gente precisa de doações. O segundo exemplo trazido, nós podemos enxergar facilmente olhando pra frente, como fizeram nossas colegas professoras. A diferença entre passar fome na África ou na nossa frente está na diferença do olhar, um olhar de pena ao deparam com a magreza característica da criança da Etiópia, e outro de incomodo quando aquela criança preguiçosa dorme na sua sala de aula ou fica vadiando pelas ruas atrás de um pão, ou pela falta de oportunidade de fazer outra coisa.
O texto “Novos olhares, Novas Práticas” aborda que o professor tem nas mãos, a opção de oferecer novos mundos para crianças que não terão a chance de conhecer em outro lugar que não seja a escola. A escola passa a ser um caminho (único na maioria das vezes) que possa levar a criança a ter uma vida digna.
Esse dia foi elementar para poder abrir nossos olhos, no alertar que tudo o que estudamos só tem valor quando é colocado em prática. Isso é fazer a diferença, porque faz toda a diferença na nossa sociedade.
Finalizo esse registro com uma frase do sábio barbudo que já virou slogan, más que pela profundidade que possui podemos recuperá-la facilmente da finalidade que tal frase ganhou (quando as atitudes não acompanham o discurso): “Todo ato educacional também é político”.

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