quinta-feira, 13 de maio de 2010

Registro do dia 16 de abril de 2010 - Karina Fernandes

Dia 16/04/10 – 6ª aula

E finalmente chegou a sexta – feira!!! Tão esperada por todos, por variados motivos, e para mim um deles é que, neste semestre, sempre fecho a sexta com chave de ouro!
Entrei na sala e lá estava a professora e a pauta do dia: Leitura dos registros de David e Rachel / Discutir as respostas sobre a escrita / Discussão do texto de Alves e Garcia / Rever as datas sobre o trabalho a partir de Freinet.
Desta vez tínhamos também a pauta do dia 23 que seria a leitura de metade do livro de Sampaio, leitura feita em casa e para o dia 30 entregar os registros individuais das aulas; assistir ao filme Stela e discutir os trabalhos “seminários” que os grupos realizarão.
A aula demorou a ter início oficialmente, mas os momentos de conversa que antecederam foram bons e então, não sei se devo pedir para que todos cheguem mais cedo ou se devo aproveitar o bate-papo com os colegas e a professora.
Enfim, a aula começou, a Rachel e o David leram seus registros e tenho a impressão de que a cada sexta-feira os registros ficam mais longos é isso ai turma nossa história ficará bem registrada, sem permissão para ser esquecida!
Ah, a professora se incomodou ao perceber que o registro da Raquel estava banhado de “Laura daqui, Laura lá, Laura acolá“, a inquietação seria por conta de que a Laura não gosta de ser o centro, achei muito interessante, percebi a presença da prática docente reflexiva e fiquei feliz por vivenciar esta raridade... Só gostaria de retornar a esta aula que a Raquel citou e lembrar que, quando questionados, os alunos colocaram que a aula estava interessante e poderia continuar como estava, portanto professora acho que seu papel foi cumprido plenamente!
Depois da leitura dos registros a professora sugeriu a divisão em grupos de 4 pessoas para discutir as respostas que surgiram, acatamos a idéia e assim o fizemos. Só então me dei conta de que embora tivesse feito a tal da reflexão (lembram aquela do dilema “Entregar ou não entregar eis a questão!”) só então percebi que tinha me esquecido da pergunta e ainda por cima deixado o texto em casa, “E agora José?” diria Carlos Drummond, mas ocorreu tudo bem, em grupo somos mais fortes não é mesmo Iuri? O que seria afinal das pernas e braços sem a barriga? Bom, logo mais comento sobre isso.
Gostaria de deixar registrado também o inédito “Grupo dos Bolinhas”, assim eu os apelidei, David, José, Paulo e Iuri.
Continuando...
Após as discussões em grupos pequenos, começamos a compartilhar as falas.
Os grupos apontaram que a escrita da Vaniza era pessoal antes mesmo da experiência com Freinet, talvez este tenha sido um fator que a auxiliou a buscar melhorias em sua prática. Fica claro também que escrever ajuda na construção de conhecimentos, permite valorizar a produção de textos, a aumentar o interesse pela escrita, faz crescer a curiosidade, dá acesso a livre expressão como nos Textos Livres, ajuda na compreensão da necessidade de publicar as descobertas e facilita também a reflexão da própria prática.
Diante de tantas coisas, temos motivos de sobra para pensar no porque nos ensinaram a escrever a redação “Como foi minhas férias”, porque mataram nossos anseios infantis de ter acesso a escrita? E o que faremos para não reproduzir esta situação?
Bom, a aula prossegue, o foco agora é o texto de Alves e Garcia. Com a ajuda dos alunos a professora faz na lousa um esquema.
Em busca do sentido da escola, fazendo uso de várias histórias, as autoras colocam 4 processos que culminaram na educação que temos hoje. O 1º processo fala da fragmentação do conhecimento que gera especialistas e estes muitas vezes são alienados a outros assuntos. O 2º processo fala da grupalização e como próprio nome diz refere-se aos agrupamentos, por exemplos as séries ou o grupo de meninos e de meninas. O 3º seria a hierarquização, que sempre sugere o privilégio de alguns, e se dá na carga horária das disciplinas, nos cargos dos profissionais e outros. Por fim o 4º processo seria a centralização que ocorre, por exemplo, na criação dos PCNs, tentando centralizar os conhecimentos do país.
O texto traz também o Currículo Oficial que seriam os PCNs e o Currículo Negado que seria tudo aquilo que os alunos vivem, mas não podem levar para a escola.
Sobre os Temas Transversais fica evidente que as autoras não concordam com a idéia de interdisciplinaridade, mas apóiam a transversalidade que possibilita atravessar fronteiras.
A Marjorie busca no texto a idéia de cooperatividade, o Iuri complementa o assunto contando-nos a Fábula de Esopo sobre os membros do corpo e a barriga, chegamos à conclusão que o individualismo nos enfraquece, por isso é sempre bom buscar o apoio de outros professores, dos pais dos alunos ou de quem for possível.
Encerro o registro do dia com a frase que a Laura pediu que todos anotassem e que, portanto, está entrando para a nossa história escrita, esta frase deve ser combustível para novas atitudes no cotidiano, escolar ou não. Portanto aí está: “O quanto nós somo fracos por não sermos cooperativos?” e acrescento: “O quanto poderíamos ser fortes se nos cooperássemos mutuamente? Esta força é mensurável?”
Se são as perguntas que nos movem temos combustível para muitos quilômetros. E assim encerro meu registro.

Karina F.

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