quinta-feira, 13 de maio de 2010

Registro do dia 09 de abril de 2010 - David L. Ferreira

Registro da aula de 09 de abril de 2010

Quando entrei na sala de aula, a professora Laura já havia escrito na lousa a pauta do dia (*registros / *pesquisa / Certeau / *texto Certeau / *texto Vaniza?) e os tópicos a serem definidos para a próxima aula (*caleidoscópio/ *seminários / *entrega de registros (30/04). Hoje tivemos o ingresso de mais uma colega na classe, Raquel, que junto comigo ficou responsável pelo registro do dia de hoje.
A professora Laura solicitou que as responsáveis pelo registro da aula anterior lessem suas anotações, as colegas Vanessa Castaldi e Marjorie, porém a Marjorie ainda não estava na classe, então a colega Vanessa Castaldi perguntou à professora Laura, se eu, David, poderia ler as suas anotações. Após minha leitura, a professora Laura iniciou o levantamento dos dados sobre o texto, perguntando quem havia lido o texto e quem não o tinha estudado, em seguida anotou na lousa os pontos mais importantes do texto, indagando aos alunos que haviam lido o texto, para ajudá-la nesse resgate das sensações e do conteúdo do texto.
Em seguida acompanhamos os slides sobre o conteúdo do texto da própria professora Laura, Formação e alteridade: pesquisa na e com a escola, sobre o olhar do cotidiano na escola objeto de sua pesquisa durante o doutoramento, onde o objetivo foi encontrar vestígios sobre a produção científica no ambiente escolar, sobre as práticas utilizadas, procurando conhecer quais autores seus educadores beberam diretamente das fontes.
Dando prosseguimento à aula, a professora Laura relatou sobre a dúvida que pairava no início de sua pesquisa in loco, pois até seu projeto de doutorado ser aprovado, ela não possuía uma identidade fixa dentro da unidade escolar, não sabia se sua permanência ali era vista como uma pesquisadora e aluna, como estagiária, como professora, como colaboradora, como aluna do doutorado ou até mesmo como uma intrusa ou espiã da KGB, da CIA ou mesmo da GESTAPO.
Nos slides a professora Laura expôs as perspectivas teórico-metodológicas dentro da instituição escolar “homogênea”, relacionando com a teoria de Certeau, levantando os aspectos da história documentada e da história não documentada dentro do ambiente escolar, sobre a relação de consumo tanto capitalista financeira, quanto escolar e acadêmica que coexistem dentro de escolas, institutos, faculdades e universidades (sejam estas públicas ou privadas), relacionando pontos em comum com o texto do autor Wanderley, anteriormente estudado. Nesse momento a professora Laura perguntou à sala se nós nos identificávamos com o texto? A resposta partiu da colega Camila, exemplificando que nós temos a mania de nos desmerecer/ de nos diminuir, pois acreditamos que somos menos do que o outro, em alguns aspectos, mesmo que isso não seja verdade, pois muitas vezes a luz do conhecimento que vem do outro procura nos eclipsar parcialmente ou totalmente.
Quando a professora Laura expôs a relação entre os atores no papel de “consumidor” e de “caçador”, a colega Rachel pediu que a professora explicasse novamente estas colocações, pois como ela estava iniciando seus estudos conosco neste dia, não teve ainda acesso as leituras anteriores. Logo, a professora Laura transmitiu a idéia de que esse ator / agente “consumidor” denota que mesmo nos sendo oferecida uma bandeja com uma infinidade de fontes bibliográficas cientifica, não somos capazes de digeri-los toda de uma só vez, mas o deixamos para degustá-la no momento preciso / certo.
Enquanto que, o uso da palavra “caçador” empregada, denota nossa busca pelas melhores oportunidades, onde encontramos à hora certa para agir, ou seja, procuramos identificar o momento oportuno para atirar / aplicar o conhecimento adquirido naqueles a quem servimos o saber sistematizado. É importante destacar o poder que o saber possui e é necessário dosar sua força simultaneamente com os conhecimentos de mundo adquiridos nos diversos ambientes aos quais vivemos e convivemos desde a mais tenra idade.
Um alerta válido aqui é frisar o cuidado que precisamos ter ao atuarmos como “consumidores passivos”, devido ao grande perigo que corremos em sofrer de uma patologia generalizada na população mundial: alienação! Por isso temos que ficar atentos às ideologias e contra-ideologias que nos são ofertadas a todo o momento através da hegemonia capitalista de mega grupos corporativos por meio de uma mídia mundial massificadora.
Quando direcionamos nossa discussão para os processos de interação entre os sujeitos da relação desta interação, nos deparamos com dois sujeitos bem conhecidos: o sujeito falante e o sujeito ouvinte. Neste momento a colega Bruna Bernardes exemplifica o ato de se formar filas na escola, seja para entrar ou sair, ir e voltar do intervalo / recreio, durante os passeios fora da unidade escolar e dentro da sala de aula. Essa prática não é novidade, desde o surgimento da instituição escola, sua prática é repetida séculos após séculos, para condicionar o sujeito às regras sistematizadas pela hierarquia social.
Ao resgatar a idéia de Alves (2002) em minhas próprias palavras, percebi que o usuário do conhecimento procura as ferramentas que melhor o servirão para a manutenção de sua vida, na relação com o outro e nos diversos ambientes sociais. Desta forma, não podemos nos servir de apenas uma ferramenta, ou seja, temos que beber diretamente na fonte de diversos autores, para que possamos discernir e comparar os métodos e teorias, extraindo de imediato o que nos for útil e guardando o conhecimento extracurricular para o porvir.
No final da aula, a Profª. Laura levantou duas questões a serem respondidas na próxima aula a respeito do texto de Vaniza e solicitou que nos dividíssemos em grupos para executarmos os trabalhos dos seminários e do livro Freinet: Evolução Histórica e Atualidades / Pensamento e Ação no Magistério, organizado por Rosa Maria Whitaker.

David L. Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário