quinta-feira, 13 de maio de 2010

Registro do dia 19 de março de 2010 - Natalia Codo

Registro da aula do dia 19/03

Iniciamos a aula com a leitura do registro da semana passada feita pela Miriam.
Em seguida demos início a discussão sobre o documentário visto na aula anterior “Janelas da Alma” de João Jardim e Walter Carvalho. Começo a relatar sobre essa discussão partindo da seguinte frase: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara” de José Saramago.
Acredito que "Janela da Alma" está longe, contudo, de ser um filme de tese. Ele é uma expressão pessoal. E os diretores pensaram grande há começar pelo título, onde me lembrou uma frase do Leonardo da Vinci “o olho é a janela da alma, o espelho do mundo.”
Nossa discussão se deu a partir da questão “O que você consegue enxergar?”, analisando o nosso olhar dentro da escola, como focamos o olhar no aluno e como é possível olhar cada aluno individualmente.
E como diz Freire é necessário conhecer cada aluno individualmente, tendo olhos sensíveis perante ele, para poder ajudá-lo a crescer cognitivamente, sendo obrigação do educador aprender o aprender de cada criança, ou seja, aprender como aquelas crianças aprendem, quais são suas bagagens cognitivas e como podem ser aperfeiçoadas, não existe uma homogeneidade entre os alunos, cada um é um ser diferente do outro.
Dessa forma encerro o registro sobre o documentário com uma frase de Willian Shakespeare: “As palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração.”
Partimos para a conversa sobre o conto “O etnógrafo” de Jorge Luis Borges, lido pela aluna Caroline Silva. O conto é difícil interpretação. Mostra que o abismo que separa Murdock-índio de Murdock-etnógrafo, ou seja, o abismo que separa experiência e conhecimento é na realidade aquilo que torna o etnógrafo possível e necessário.
Depois foi a vez de compreender o texto “Alfabetizações cotidianas: a cidades das letras e as letras da cidade” de João Wanderley Geraldi. E demos início pensando na seguinte questão: “Que tipo de aluno estamos produzindo?”.
Faz algum tempo que eu percebi o quanto fomos educados para o vestibular. Desde que entramos na escolinha até quando concluímos o terceiro ano, o nosso aprendizado é focado nele. O engraçado (se é que tem esse lado) é que, quando o vestibular passa, a gente não sabe o que fazer. Temos conhecimentos gerais, mas nenhum preparo para a vida. Claro que ingressar na universidade é importante, mas saber usar o conhecimento no dia- a- dia, e não apenas na teoria, é mais importante do que focar numa prova que nos coloca em uma universidade. Por isso, acho que as escolas muitas vezes acabam se contradizendo e, ao invés de preparar cidadãos para a vida, acabam preparando cidadãos competitivos. Isso quando não desestimulam aqueles que não se adéquam ao sistema.
Devido à importância que a escrita teve na nossa discussão durante essa aula, encerro esse registro com algumas citações da minha escritora preferida, Clarice Lispector sobre o ato de escrever:
- “Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever”
- “Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas”
- “Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.”

Natalia C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário